Compartilhar a vida inclui poder falar com alguém sobre uma situação delicada, que incomoda ou nos deprime, mas quando não podemos partilhar a nossa história ficamos apreensivos e chateados.
Contudo, alguns assuntos não é prudente expor nas redes sociais, contar nas mesas de bares, nos encontros com amigos e nas casas de parentes, sobretudo, aqueles problemas que envolvem conflitos na família, no trabalho, nas relaçãoes amorosas ou aquelas situações melindrosas que vivenciamos.
Esse sentimentos ainda envolvem segredos que não podem ser partilhados em qualquer momento e com qualquer pessoa, pois as consequências podem ser constrangedoras, até porque têm pessoas que se aproveitam disso – para expor as nossas vulnerabilidades –, ou procuram extrair alguma vantagem.
Sabemos que alguns indivíduos que buscam desabafar ainda não aprenderam a exercitar o seu mecanismo de defesa. Em razão disso, desabafam com qualquer pessoa, desde que ela demonstre o mínimo de boa vontade em ouvir, mesmo que não se tenha nenhum vínculo de confiança, podendo gerar uma situação de estranhamento.
É nos momentos de crises que ficamos muitos frágeis. Por isso, que é importante desabafar no momento adequado e com a pessoa certa, o que pode acalmar a nossa mente, ajudando a diminuir os níveis de stress. O desabafo é uma necessidade da vida humana, de colocar para fora aquelas emoções que machucam ou ameaçam a nossa saúde.
Além disso, o desabafo é uma catarse que pode provocar alívio nas nossas tensões e angústias. Conforme uma pesquisa da Organização Mundial da Saúde (OMS), quase, 121 milhões de pessoas apresentam sinais de depressão no Brasil. Portanto, o cuidado com a nossa saúde mental pode ser feito de diversos modos, entre eles o ato de desabafar.
É inegável, a importância de um bom amigo, de um padre ou pastor, que são pessoas de nossa confiança, que estão preparadas para guardar para si os medos e os anseios relatados. Aliás, são gente com experiência em escutar e dar aconselhamento pessoal ou espiritual.
Também podemos desabar com Deus por intermédio das nossas orações ou meditações, onde cada um pode expor as suas necessidades mais profundas, pedindo-lhe que nos dê serenidade para enfrentar os problemas, que a vida nos impõe. Porém, a cronologia de Deus não funciona no tempo dos nossos bel-prazeres e da afobação do mundo.
Outra alternativa, não menos importante, é procurar um ou uma psicoterapeuta que tenha um método que não seja constituído de julgamentos, mas de uma escuta empática e interpretativa, que conduz os seus pacientes a entender as origens e os motivos dos seus desabafos.
Enfim, desabar sobre as dores vividas é essencial para superar os nossos traumas, que o antagonismo da vida estabelece. Assim será possível reorganizar e compreender os nossos sentimentos. Como diz um provérbio popular: “Alegria compartilhada é alegria aumentada, dor repartida é dor diminuída”.
Imagem de capa: Martin Novak/shutterstock
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