Qualquer tipo de apego gera sofrimento, mas agarrar-se a alguém que já nos soltou pode ser muito mais doloroso. Evidentemente, cada um de nós tem uma curva de tempo que deve ser respeitada em seus processos, cada qual com um ritmo.
Se estamos agarrados a um relacionamento passado, por exemplo, onde é evidente que a pessoa com quem mantivemos uma ligação continuou com a sua vida, ou pelo menos é o que permite entender, ele vai ser muito difícil e vai nos torturar com pensamentos estéreis. Eles não nos levarão a nada de bom, apenas uma geração de drama em nossas vidas.
O drama não nos permite ir para a superfície, podemos ser cercados por grandes experiências, temos pessoas ao nosso redor que nos oferecem relações de maior qualidade, mas estar enfrentando nos gera uma névoa não nos deixa vê-los. O nosso pensamento vai se concentrar no que nos tortura, que nos faz sentir nostalgia, culpa, raiva, nos faz querer voltar ao passado para mudar e não permite-nos avançar.
Se a pessoa que rouba nossa atenção está focada em outra coisa, isso deveria ser um estímulo adicional para seguir em frente. Pode doer para fechar um ciclo, mas muitas vezes é necessário. Se o desapego custa muito, vamos começar marcando a intenção sem ser radical. Vamos assumir uma posição do tipo: “a vida dá as viradas necessárias, o que deveria ser e vai acontecer naturalmente”.
Quando acreditamos nesses tipos de afirmações que produzem sentimentos contraditórios, é fácil para nós deixarmos ir, mas talvez com a ligeira esperança de que as coisas no futuro sejam diferentes e que o espaço que damos a nós mesmos seja muitas vezes suficiente para o que nós precisamos, acabamos parando de prestar atenção àquilo que monopoliza nossos pensamentos. E, normalmente, quando nos tornamos conscientes da realidade e nos observamos, não queremos a mesma coisa de quando decidimos deixar de lado a necessidade de controle.
Muitas vezes nós sabemos que uma situação ou uma pessoa não atende a nós em suas vidas, no entanto, a necessidade de fazer a nossa vontade ou que achamos que é melhor, nos impede de deixar ir e perdemos tempo e energia valiosa e necessária para empreender qualquer outra experiência.
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Por: Sara Espejo – Canto do Tibete
Tradução feita pela CONTI outra, do original de Rincon del Tibet
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