No início são apenas duas linhas solitárias, enroladas sobre si mesmas, até que se avistam descobrindo o tempo do encantamento. A seguir vem o encontro, um tempo de delicadezas ou de intensidades depende, e, então, acontece a paixão, verdadeira atração pelo abismo, é o tempo do mergulho de um no outro, de forma tão completa que parece existir apenas um. E aí, depois de um tempo caminhando juntos, de mãos dadas pela vida afora, as linhas das mãos, que antes eram puro laço, começam se entrelaçar virando nó.
E, com o passar do tempo, e por certas razões, acontece um pequeno afastamento. É o tempo da crise, que acaba se resolvendo com a percepção de que o afastamento é apenas para o acerto do laço e do nó, é o tempo do amor.
Se quase tudo na vida é pulsação, inspiração e expiração; sístole e diástole; encontro e recolhimento, sono e vigília, movimento e repouso, sol e lua, dia e noite, por que a vida amorosa haveria de ser diferente?
O nó também pulsa, é móvel, vaivém, aperta e afrouxa ao sabor de muitas variáveis. A regulagem do nó é um espécie de dança, tem movimentos de contato e momentos de afastamento calculado, e é somente quando essa dança sutil perde o ritmo, e as pessoas se fixam em um dos polos, congelados, que os grandes problemas começam; solidão, simbiose, dependência, medo do encontro, medo da rejeição, ciúme, possessividade e por aí em diante.
Olhando o gráfico, podemos perceber que a paixão é da ordem da fusão, enquanto o amor é intersecção; quer dizer, para o amor é preciso um pouco de individualidade. coisa que a paixão parece dispensar.
Segundo Sêneca, filósofo romano da escola dos estoicos, devemos aprender a misturar (e a alterar) a solidão e o encontro. Ela nos dá o desejo do convívio social, e ele, o desejo de nós mesmos. Um será o remédio da outra. A solidão cura nossa aversão á multidão, e o encontro cura nosso tédio da solidão.
Por Alfredo Simonetti
Em “O Nó e o Laço: desafios de um relacionamento amoroso.”
p. 31-33
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