O término de um relacionamento. A demissão do emprego. A não conquista da vaga na faculdade. A ruptura da família. A morte. São tantas as situações de “fim” a que estamos fatalmente destinados ao longo de nossa trajetória na Terra, que nem deveríamos nos surpreender e muito menos nos abater tanto com elas.
A questão é que a gente tem uma baita dificuldade em lidar com as mudanças de rota que vêm à nossa revelia, independentemente da nossa vontade ou querer; mas elas vêm, ou podem vir. E já que não há nenhum botãozinho que nos faça retroceder no tempo, qual um controle remoto de Smart Tv, o jeito é encarar os fatos, analisar sobre o tamanho do estrago, tirar da situação a maior aprendizagem possível e seguir em frente.
Agora, pense comigo: supondo que a vida fosse uma trilha a ser vencida a pé, você acha que é uma boa ideia colocar na sua mochila alimentos vencidos, sapatos que não servem mais ou mapas que mostrem destinos para os quais você não tem como voltar?! Quanto peso inútil, não é mesmo?
No entanto, é exatamente isso que a gente faz. Enche a mochila nova com coisas velhas bolorentas, que não servem para nada. E deixamos de abrir espaço para aquilo que realmente pode nos ajudar a encontrar novos caminhos, trilhar novas estradas, nutrir novos sonhos.
Então… pense na sua mente e no seu coração, como mochilas novinhas em folha. O que você realmente quer levar aí dentro? O que realmente importa para você agora?
Se o namoro, o casamento, o noivado, o rolo, ou a confusão de sentimentos que o unia a outra pessoa acabou. Dê a ele uma cerimônia digna de um fim digno. Agradeça a experiência vivida. Abençoe os momentos lindos vividos. Deseje o bem ao outro. E siga em frente!
Se o seu trabalho não existe mais, por sua própria iniciativa ou não, coloque a cabeça no lugar para analisar com clareza perdas e danos dessa sua vivência profissional. Olhe com ternura para os erros cometidos, sejam eles seus ou não. Coloque-os na prateleira das aprendizagens concluídas e libere espaço na prateleira das aprendizagens que virão. Vire a página. E siga em frente!
Se não foi dessa vez que você ingressou naquele curso tão sonhado, debruce sobre seus resultados; olhe para eles com olhar investigativo, e não pesaroso. Descubra o porquê de seu baixo rendimento, ou rendimento ineficiente. Trace novas metas, elabore um planejamento de estudo que contemple o que não foi contemplado anteriormente. Erga a cabeça. E siga em frente!
Se a sua família mais parece um amontoado de mafiosos sicilianos, vive se engalfinhando em disputas de poder, vive mergulhada na falta de comunicação amorosa, vive numa montanha-russa de “ata e desata”, “morde e assopra”… talvez esteja na hora de você guardar dessa gente algum distanciamento. Se errou, peça perdão e trate de descobrir um jeito de minimizar os danos causados, trate de se comprometer a não errar mais. Se sofreu com os erros alheios, perdoe. Retire-se do olho do furacão por um tempo. Respire. E siga em frente!
Se teve a dolorosa missão de ver partir para sempre alguém que lhe era caro e querido, seja humano ou um bichinho amado, permita-se viver o luto, permita-se guardar na memória apenas o que gerou alegria para ambos. Conjure uma bolha de luz para aquele que partiu. Deixe-o ir. E siga em gente!
“Não há bem que dure para sempre, nem mal que nunca se acabe”, aprendi essa bonita lição com a minha avó, Dona Nenê. Era uma velhinha danada de sabida. Tenho para ela uma linda bolha de luz, onde nos encontramos quando a saudade aperta demais. Nos olhamos. Nos abraçamos. Nos amamos. E depois… SEGUIMOS EM FRENTE!
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