É possível que todas as minhas certezas e determinações sejam frágeis e gasosas, embora tenha eu afirmado e confirmado que é o certo, o necessário, o melhor para a vida.
É possível também que eu não tenha resolvido as coisas com você ou comigo como deveria, deixando pensamentos magoados aparecerem vez por outra, permitindo uma série de divagações e senões, se tudo tivesse sido diferente.
É possível ainda que eu esteja aguardando que algo novo aconteça, que me surpreenda e me arrebate, que não demande meu único esforço e já chegue pronto para transformar minha vida.
Tem dias que a gente acorda com coragem transbordando, que a gente toma as famosas decisões do “para sempre” e “nunca mais” com potência nuclear, repetindo seguidamente todos os argumentos que reforçam a conclusão. Tamanha é a vontade de se proteger, de não mais errar, de bloquear e mandar para longe o que possa magoar ou decepcionar.
Somos assim, temos instinto de sobrevivência mas também temos e somos feitos de uma esperança emotiva, que nos apóia quando resolvemos dar aquele passo atrás e tentar sucesso mais uma vez, a despeito do histórico de fracassos.
O controle total e exclusivo das decisões nos coloca em posição ingrata, onde não há troca nem consentimentos. Saber o que é melhor para si é excelente, mas daí a sufocar um gesto espontâneo unicamente por prevenção, sei não…
É possível que os palpites errados sejam maioria, é possível ainda que tenhamos uma forte tendência para encontrar confusão, mas essa é a natureza das lutas, do aprendizado, do que por fim dá gosto e valoriza a boa conquista, a real satisfação.
É possível que, ao olhar para trás e buscar nova tentativa ou recomeço, enfim eu consiga enxergar que o melhor caminho é o futuro.
Tudo é possível!
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