É preciso saber desistir

“A verdade é que, enquanto você estiver assim, nessa interminável agonia, esperando notícias que nunca chegam, vai deixar passar várias possibilidades interessantes ao seu redor. Claro, ninguém se compara a quem você aguarda, mas quem você aguarda não está disponível no momento. Poderá, inclusive, nunca estar, apesar de tudo o que foi dito naquele dia. Pessoas que somem não são confiáveis.”  – (Fernanda Young)

Nós, os românticos, somos condicionados a não desistir. São muitos os filmes, livros, poemas e outras criações que estão sempre passando a mensagem: quem acredita sempre alcança. Mas, além da música do Renato Russo, essa frase deve receber muita atenção antes de ser aplicada em algum contexto.

Quando uma situação não depende unicamente de nós, a espera é ainda mais angustiante. No entanto, ainda há uma escolha: esperar ou não, e também a forma que você espera. Quando eu faço uma compra online, fico ansioso para o produto chegar, mas não paro a minha vida esperando o o entregador no portão da minha casa. Existem diversas formas de aguardar algo chegar e enquanto for possível aproveitar o tempo enquanto aquilo não está em minhas mãos, está tudo bem.

O problema é quando a espera acaba por pausar o curso que a vida deveria tomar naturalmente. O cabelo cai, as rugas aparecem, o sono se perde… São vários os sintomas que levam para um caminho: um cansaço eterno, já que o remédio para ele nunca poderá ser seu. Ou até pode, mas a que preço?

Ultimamente venho buscando selecionar minhas esperas. Pessoas que se atrasam 15, 20 ou 30 minutos a cada vez que marcamos um encontro já é algo que me incomoda, imagina a pessoa que demora semanas, meses ou até anos para se decidir se vem ou não?

Não importa se o beijo era bom, o sexo fantástico, as gargalhadas de doer a barriga… Se eu não posso ter paz enquanto espero a chegada, o ideal é optar por apenas uma ida – sem volta. Excluo da agenda do celular, do Facebook, mudo de número e endereço se for preciso, pois não há preço que pague a minha paz.

Mas não tenha medo de tentar.

Os erros são fantásticos e jamais devem ser separados de nossas vitórias, porque através dele podemos perceber não onde caímos, mas onde tropeçamos. Eles permitem que tenhamos noção de nosso caminho, se estamos nos afastando ou caminhando rumo ao nosso destino. Não é necessário ter medo de tentar, mas se as tentativas levam sempre ao fracasso, está na hora de mudar a abordagem. E se a pessoa não está aberta, fica realmente difícil conseguir uma vitória. Mais uma vez, vale a pena toda essa luta?

Pense bem e, se decidir seguir em frente, vá sem rancor.

A vida é realmente muito curta para ficar parado aguardando pelos outros ou ainda partir carregando uma bagagem muito pesada de ressentimento. Todos nós precisamos de um tempo para saber o que fazer, mas não deixe que os outros te desviem do seu caminho. Se eles funcionam como um ímã te levando para o lado oposto ao que você deve ir – já conheci várias pessoas assim!, então é hora de partir.

Perceba que os meses dentro da barriga de sua mãe já foram o suficiente para te deixar pronto para seguir em frente. A única amarra com que você nasceu, o cordão umbilical, logo foi cortado. Fomos planejados nômades para a felicidade. “Onde não houver amor, não te demores”, diria Frida. Para a falta de amor não me calo.

Autor: Raphael Granucci







As publicações do CONTI outra são desenvolvidas e selecionadas tendo em vista o conteúdo, a delicadeza e a simplicidade na transmissão das informações. Objetivamos a promoção de verdadeiras reflexões e o despertar de sentimentos.