Ontem conheci um cara de Londres. Ele nunca tinha saído da Inglaterra, e tinha saído de Londres pouquíssimas vezes, todas a trabalho.
Nunca tinha viajado por prazer, muito menos sozinho.
Sete meses atrás ele se demitiu da sua empresa.
“Quando você está há sete anos no mesmo ramo você já não aprende mais nada – disse ele – e por que eu deveria continuar num trabalho que não está me ensinando nada?”.
Ele então saiu de Londres com o intuito de conhecer cada uma das Sete Maravilhas do Mundo Moderno.
Já tinha passado pelas Pirâmides do Egito, pelo Taj Mahal, Muralha da China, Petra, Coliseo, Chichén Itzá e ontem o conheci em Machu Picchu. O próximo destino era o Rio.
Tudo isso sem nunca ter saído antes de seu país.
E sozinho.
Ele me contou que levou uma picada de mosquito pela primeira vez na vida. Me contou que não sabia que o vento podia ser quente, me disse: “Então eu tava numa praia do México e começou a ventar. Mas era um vento quente. Eu não sabia que existia vento quente, pra mim o vento sempre foi frio”. Me falou que viu o mar pela primeira vez, e se apaixonou.
Sim, era um inglês, que mora em um país desenvolvido muito longe de ser parecido com o nosso, que muito provavelmente teve todos os privilégios enquanto cresceu e, por isso, hoje ele consegue viajar por um ano sem se preocupar muito com o dinheiro.
Mas o meu ponto é: Quantas coisas existem lá fora que a gente nem imagina que existam? E se você nasceu pra ser campeão de surf e não sabe porque nunca tentou? E se a sua comida preferida é um comida típica do Zimbabwe mas você não sabe porque nunca provou? E se a sua razão de viver é trabalhar num santuário de elefantes, mas você não sabe porque nunca conheceu um?
Quantas coisas você não sabe que ama, porque acha que tudo o que existe é o que você vê?
Quantas vezes você já sentiu que não era bom em nada, porque tudo o que te ensinaram que precisa ser bom é em ganhar dinheiro?
A vida é muito mais do que a gente pensa que ela é.
Não tem problema não ter se descoberto ainda, eu também ainda não me descobri e não me vejo fazendo isso tão cedo.
O problema é desistir de continuar tentando se descobrir. O problema é achar que a vida é só isso que a gente vê. O problema é se contentar com o que tem, e nunca ir em busca de coisas novas.
E se não houver outra vida, essa você viveu?
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