Ao contrário do que imaginam, ela não é inteira e entregue para qualquer sorriso. É preciso muito respeito, atenção e originalidade para que ela seja alguém com quem se possa contar. A sua parceria não foi feita para afetos contados. Com ela é assim, reciprocidade ou nada.
Ela aprendeu no passado que não dá para confiar amor sem uma via de mão de dupla. Ela foge dessas promessas clichês. Por uma noite, ela até pode mostrar quem é de verdade. Mas só quando quer e com quem quer. Nada disso é garantia de um futuro. Sim, o dia seguinte importa. Os detalhes não escapam de vista do seu coração. Não tem um jeito fácil de conquistá-la. Se você acha que umas poucas doses de carinho farão com que ela atenda o seu chamado, desculpe. O encanto pode ser intenso, mas sem uma manutenção diária e sadia dos gestos realmente importantes, que pena, você vai perdê-la.
Porque antes dela ser esse presente bem-vindo, muitas cicatrizes ficaram. A sua pele ainda guarda marcas sutis dos amores insensíveis e das companhias que abusaram da falta de sinceridade. No que diz respeito ao estado da sua alma, aprendizados de sobra. Sejam com quedas, lágrimas e decepções na forma de metades, ela conseguiu superar cada obstáculo emocional para se tornar livre. Logo, não é com qualquer papo furado que ela esquecerá os próprios caminhos.
Se você honestamente deseja saber mais das suas lacunas e pontos finais, pergunte. Não faça jogos. Não tente dar uma de esperto pra cima dela. Leveza é o sobrenome que ela está disposta a receber de alguém. Mais uma vez, é reciprocidade ou nada.
Ela não é inteira para qualquer um. Ela demonstra o seu melhor lado com quem valoriza a sua companhia e com quem não mendiga amor para dois. E não, ela não é tão exigente quanto você pensa. Ela está mais para uma moldura das suas maiores percepções, somas e, principalmente, dos versos claros e simples que transbordou até aqui.
Imagem de capa: L’Amant d’un jour (2017) Dir. Philippe Garrel