Ele não era perfeito

A palavra ‘Frustração’ é um substantivo feminino. Tem origem do latim, frustrari. Por definição, significa “enganar, fazer errar”. É um sentimento que vem a tona quando alguma coisa que era esperada não aconteceu. Comigo, surgia com frequência.

Aquela era apenas uma noite entre amigos. Tínhamos combinado num bar, com petiscos (gordos) e deliciosos. Permiti-me aquelas aventuras gastronômicas sem contar as calorias. Coisa rara de acontecer.

Ele apareceu do nada. Vestia uma camisa azul clara com calça jeans. Tinha os cabelos escuros e lisos. (O que dava a ele um ar de príncipe). Era bonito. Fiquei a observá-lo e fui observada. Percebi também que era do tipo canastrão, daqueles que dão trabalha para as mulheres. Hesitei em conhecê-lo. Será que valia a pena?

Sim, me fiz essa pergunta, pois, para uma menina romântica como eu, qualquer coisa fora do contexto cor-de-rosa poderia causar grande destruição. E ele se encarregou disso. (Destruiu meu mundo várias e várias vezes).

A verdade é que não existe perfeição em qualquer relacionamento. SOMOS HUMANOS. Erramos. Geramos frustrações e nos frustramos. Isso é natural da vida. Para a moça tímida, que sempre acreditou nas pessoas e num mundo perfeito, frustrar-se significava dor, sofrimento. Demorei a perceber e também a superar isso.

Naquele momento então, joguei fora o medo e encarei a realidade. O meu ‘príncipe’ da vida real, sentou-se na mesa. Conheceu meus amigos e trocamos ideias. Era educado, atencioso, porém bebeu muito. Quase caiu quando se levantou. Rimos muito disso. Apesar do incidente, trocamos telefone.

Ele ligou no dia seguinte, e depois, e depois…..me frustrou várias vezes. Deu alguns bolos, revidei outros. Frustrei-o também. Ele não era perfeito. Superamos. Com o tempo e com a convivência, despertou em mim um sentimento bom! Virou meu companheiro de papo, de amizade, de vida. Acho que isso é o amor! Apesar de tudo, de todas as nossas fraquezas e defeitos, optamos por permanecer ao lado um do outro.

Tornei-me uma pessoa mais feliz quando abandonei a palavra perfeição da minha vida. O ideal é substitui-la pela tolerância, compaixão, paciência e por um sentimento sutil e avassalador que chamamos de Amor. Acho que essa é a base da relação humana.

Hoje, espero menos e entendo mais. (Adotei a empatia como amiga). E acredite em mim, a vida fica mais colorida quando aceitamos as pessoas como elas são. ?

Photo by Janko Ferlic from Pexels

Michelle Jardim

Jornalista, locutora e atriz. Ouvinte profissional e amante de boa música, boas risadas e boa companhia. Tem como objetivo de vida a felicidade, acredita nas pessoas e na certeza de um fim certo: a morte. A única promessa para o futuro é o envolvimento em experiências que valem a pena. É atriz e locutora exclusivamente por amor. Jornalista por missão.

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