Você pode alegar dizer a verdade o quanto quiser, é seu direito, afinal. Mas não confunda com sinceridade. Porque, enquanto dizer a verdade envolve uma opinião, expressar sinceridade requer abandonar qualquer julgamento para entregar respeito e, principalmente, empatia.
Em tempos onde todos temos a liberdade de dizer o que pensamos, muitas vezes substituímos o discurso de não agir como gostaríamos de sermos tratados por uma estupidez baseada em nada menos que ego. Falar a verdade, implica em dosar palavras. Não dá para chegar e soltar o verbo e não esperar fogo contra fogo. Verdades são perspectivas individuais, conforme experiências vividas. Elas não podem ser encaradas como caminhos que seguem em linha reta, sem mudanças. Assumir que a sua verdade pode não caber para o outro demonstra autoconhecimento.
Já no caso de escolher a sinceridade, você entende que, para proclamar carinho, é necessário despir-se de medos e traumas passados, de modo a encontrar confiança e completude nas relações com outras pessoas. Mas é também sobre reivindicar amor próprio porque, sem ele, nada acontece. Independente do sentimento acolhido.
Portanto, dizer a verdade tem a ver com o que você acha certo, e não necessariamente com o que é certo. E sinceridade é não brigar quanto a isso. É não disputar o que se sente. Seja por você ou por qualquer envolvimento criado. Sinceridade é, no fim das contas, dizer a verdade através do coração e não da razão. Daí sim, você pode agir dessa forma sempre que puder. O respeito agradece e a empatia fica em um longo abraço.
Imagem de capa: Corações em Conflito (2009) – Dir. Lukas Moodysson