Um acontecimento inédito e histórico foi vivido no Brasil, em plena comemoração de um novo Dia Internacional da Mulher. Carla Lyrio Martins, de 55 anos, se tornou a primeira mulher a ser nomeada a primeira generala da Força Aérea Brasileira, algo que não acontecia em 80 anos de história.
Essa situação é icônica, levando-se em consideração a situação de desigualdade que existe na sociedade quanto aos cargos e posições entre homens e mulheres, algo que ocorre em todos os níveis, ainda mais no mundo militar e político.
Anteriormente, Carla era oficial-geral do Hospital Central Aeronáutico (HCA), no Rio de Janeiro, onde é preciso muito trabalho em equipe.
Além disso, Carla é especialista em medicina aeroespacial, hemoterapia, hematologia e pós-graduação em vigilância sanitária e epidemiológica. Esses conhecimentos e cargos, somados à sua história na instituição, mostraram-se conclusivos para que se tornasse a primeira mulher a se tornar oficial-general da Força Aérea Brasileira.
Sobre a sua nova nomeação, disse que “é muita responsabilidade. Sinto que estou servindo de inspiração e exemplo. Com coragem, vontade e preparação é possível ir a qualquer lugar (…). Saber ouvir faz parte da liderança legítima. Além de trazer a humanidade da mulher, uma maior sensibilidade aos problemas e escuta à vida. Isso tornou muito mais fácil para mim construir boas estradas”.
Carla começou sua carreira militar uma década depois que a Força Aérea Brasileira admitiu mulheres em suas fileiras. Como ela disse, acredita que a própria carreira anda de mãos dadas com as mudanças graduais que se geram na sociedade e com a abertura de mais espaços para as mulheres em áreas historicamente sexistas.
“Para mim, durante essa trajetória, tudo aconteceu de forma muito natural e segue a evolução natural da sociedade (…). Percebo que as mulheres têm mostrado, através da qualidade do trabalho, a importância na vida social, política, econômica e militar. Isso contribui para fazer um país melhor”, afirmou.
Carla acredita que esses pequenos avanços são essenciais para gerar uma conjuntura na sociedade e uma mudança radical. “Os avanços são um reflexo da sociedade, não só das Forças Armadas. Observamos a presença de mulheres em esferas e cargos com maior poder de decisão . Só assim avançaremos para a igualdade real ”, concluiu.
Com informações de UPSOCL
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