Preço e valor são coisas completamente diferentes, muito embora alguns as tenham erroneamente por sinônimo. Isso vale tanto para o mundo dos negócios, quanto para as demais relações sociais. O problema maior dessa confusão é quando o que está em questão são pessoas.
Nos negócios, o preço está relacionado a dinheiro, enquanto que valor está relacionado aos benefícios agregados ao produto, tais como sentimento de pertencimento, utilidade e sentimento a ele relacionado (possui valor agregado). Quando estamos falando de pessoas, notamos que o sentido é semelhante, porém sua confusão é mais danosa.
Preço é quanto vale, em dinheiro, o produto, objeto ou até mesmo uma pessoa. Este está relacionado as suas características próprias, sem nenhum outro agregado. Já o valor não é definido pelas características próprias do produto, objeto ou pessoa, mas pelo que ele agrega.
As pessoas têm seus valores definidos a partir do que agregam ao longo de suas vidas. Seus valores dependem da educação, dos tipos de relações sociais vivenciadas. O homem nem nasce mau, como atestava Hobbes, nem mesmo bom, como aferia Rousseau; apenas nasce homem… sem valores, apenas como preço de homem.
Enquanto uns apenas têm preços, outros têm valores. O caráter destes últimos não está à venda ou pode ser mensurado por meio de “preço”, seja ele pago em dinheiro, com fama ou com poder. O seu valor não está em si, mas no que agregou ao longo da vida. Por outro lado, enquanto uns tem valores, outros têm apenas preços. Alguns destes etiquetados, aguardando um comprador; expostos em vitrines, muitas vezes em promoção. Vendem-se, trocam-se sem nenhum valor agregado. Na verdade, vende-se por preços que nem mesmo valem. Quem compra, logo percebe que uns valem muito menos que 30 moedas de prata.
Por Cristiano das Neves Bodart- Fonte indicada: Café com Sociologia