Quando eu tinha meus 8/9 de idade anos costumava brincar por horas com meus primos e irmãos no terraço da minha vó. Me sentia gigantemente pequena ali. Aquele terraço parecia ter o super-poder de diminuir as crianças, como minha vó tinha o super-poder de dar falta de uma única folha de qualquer uma de suas plantas. Assustador. Nossas bolas e raquetes que o digam.
Independente de qualquer medo ou roubada que entrassemos por destruir uma das plantas da minha vó, naquela época éramos felizes. Lá, o que importava era se divertir, independente do mundo lá fora.
Em meio aquele aquele terraço, que fazia parte daquele casarão fixo em uma rua, que estava em um bairro qualquer, que era um pedaço de uma cidade, que se encontrava em um estado que era apenas um dos 24 que formam um país, país este que é só um pedacinho de um planeta que se localiza nesse lugar chamado universo que dizem ser infinito, nós éramos, digo novamente, infinitamente felizes.
Arrisco dizer que a inocência, de certa forma, nos engrandece. É imperceptível, mas me parece verdade.
Inevitavelmente crescemos e com isso damos conta dos outros. A maioria das vezes, sem dar conta de nossa pequenez. Damos conta do terraço alheio, do universo alheio. Começam as comparações. Ah, malditas comparações! Nos perdemos tentando ser ‘grandes’ como os outros.
Saímos ganhando algo com esse negócio de crescer? Esquecemos como fomos felizes em nossos próprios terraços da vida e começamos a correr atrás de algo, muitas, vezes inalcançável. Continuamos infinitamente pequenos.
Não duvido que se nos dessemos conta do quão pequenos somos, seriamos capazes de melhor aproveitar nossa estadia nesse universo.
Mal sabíamos nós, mas mesmo naquele terraço enorme onde nos sentíamos tão pequenos, fomos grandes naquele tempo. No mínimo, interessante.