Você pode até achar que não, mas a vida não é muito diferente de um roteiro feito em Hollywood. Mas ao contrário das narrativas de grandes produções, a sua história talvez esteja mais para uma produção independente e de baixo orçamento. Ainda assim, não é motivo de desespero para interromper o que já foi escrito até aqui. Existe sempre a possibilidade de reescrevermos o nosso filme e a nossa felicidade. Para isso, escolhas.
Dizem que um bom script precisa mostrar a que veio nos quinze primeiros minutos. Claro que na bagagem real, não funciona assim. Coloquemos aí, um tempo em relação aos quinze primeiros anos da sua vida. A infância é inocente, cheia de belezas e cores que podem destrinchar sob inúmeros caminhos. É tudo um sonho abstrato. Já na puberdade, as primeiras tramas. Romances, intrigas, responsabilidades e mais uma penca de subtramas que levam o espectador a roer unhas. Para muitos, uma fase difícil. Um intervalo que intercala sobriedade com momentos de loucura. Eu sei, é quase um cinema anos 80. Você tem razão de pensar nisso.
O instante divisor é quando chegamos no recheio, no conteúdo da história. A partir daí, a idade deixa de ser uma experiência tão confusa e toma o lugar para novas direções, novos voos. Assim como na película, você conhece os questionamentos reais que devem conduzir o restante da sua vida. Trabalho, amor, religião, família e trivialidades. Tudo é possível no tempo concedido. Para onde você vai? Com quem você vai ficar? O que você pretende fazer para ser independente? Qual o sorvete que você mais gosta?
Das perguntas mais complexas até as mais bobas, um mar infinito de respostas e tantos outros pontos de interrogação. Mas a vida é isso, um roteiro de início, meio e fim. Todavia, só passamos pelo início e, no presente, estamos no meio. O final não foi fechado ou imposto. Nenhum executivo engravatado decidiu qual será o desfecho do seu filme. Apenas você, em qualquer dia e qualquer hora, sabe e pode almejar o próprio futuro. Novamente, escolhas.
O “the end” depende das virtudes que você carrega no coração. Depende das cores que você enxerga nas adversidades que a vida coloca e que taxamos de vilanesca. Depende dos sentimentos que você deposita, a cada instante, nos gestos e nas outras personagens que lhe cercam. Depende, principalmente, da sua disposição para abraçar o novo. Depende de você reconhecer que, não importam os cenários, trilhas e tempos situados, o filme da sua vida é nada mais nada menos que escrito e dirigido por você. Sempre.
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