É necessário diferenciar os conceitos de espiritualidade e religiosidade. A religiosidade tem relação com as instituições religiosas. Enquanto, a compreensão sobre espiritualidade passou a narrar às experiências individuais de transcendência.
A espiritualidade é a prática do cuidado com a alma, que nos dá a consciência de que somos seres transcendentais à vida terrena, e nos ajuda a refletir de onde viemos e para onde vamos. Ela é uma fonte majestosa para nossa mente e corpo, pois nos acende a consciência do amor e à vontade fraternal de conviver com as pessoas.
Espiritualizar-se é adquirir o entendimento e a vivência do livre-arbítrio e da verdade, do respeito à vida e a valorização da bondade. É um caminho não egoísta e nem excessivamente altruísta, que nos abastece de energias positivas a fim de vivermos melhor na escola, no trabalho, na família e na sociedade, buscando o equilíbrio nessas relações.
Por isso, o exercício da espiritualidade é saudável ao nosso psiquismo. É um manancial, que nos conecta com uma “energia superior”, que se pode avocar de Deus, de divindades ou de forças da natureza.
Os indivíduos que são cristãos, judeus, budistas, espíritas, umbandistas e assim por diante podem desenvolver a sua espiritualidade vinculada às suas religiões. Além disso, aqueles que não participam de rituais religiosos e os agnósticos teístas também conseguem expandir a sua espiritualidade.
A religiosidade das pessoas está associada às igrejas que frequentam, através de missas, cultos ou demais rituais, que seguem determinados ensinamentos. As religiões têm seus dogmas sobre a vida após a morte e normas de condutas para viver em sociedade, que são oriundas de tradições que se desenvolveram em uma comunidade.
A origem dessa fé se baseia no conjunto de práticas, que religa com o transcendente: Deus, Alá, Buda ou diferentes divindades. É indiscutível a influência da religiosidade no jeito de agir e pensar do sujeito sobre o – que é certo ou errado – para ele.
Temos que inclusive considerar a relevância da religiosidade popular, que reúne crenças e rituais de fontes não oficiais, que são ignoradas pelas autoridades religiosas. Gente pobre e humilde que busca nessas narrativas simbólicas respostas ao desamparo, que funcionam como “placebo” para tanto sofrimento.
Mas, em nome da espiritualidade e da religiosidade se utilizam métodos autoritários, transformando os seus adeptos em fanáticos, que – acreditam cegamente – que a sua fé é superior a de outrem. Esses conceitos usados de modo neurótico perdem o seu valor e afastam as pessoas.
Portanto, a conexão entre esses caminhos nos ajuda a encontrar soluções aos momentos difíceis que vivenciamos. Enfim, a espiritualidade e a religiosidade psiquicamente sadias incorporam princípios, que bloqueiam os instintos de morte, tais como: promiscuidade, voracidade e ganância, etc. E fortalecem os instintos de vida, entre eles: paciência, sabedoria e empatia.
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