Marcel Camargo

Esquecer uma pessoa demora, mas afastar-se dela pode ser agora

Quase todo mundo passa por aquele momento em que o rompimento amoroso é inevitável, porém, extremamente doloroso. Nem sempre deixamos de amar a pessoa de quem nos separamos, mas a distância acaba sendo a única forma de sobrevivermos e de retomarmos a nossa dignidade, a nossa vida. E dói, dói fundo esse rompimento, por mais que seja necessário e inevitável.

Apesar de podermos escolher, diariamente, dentre as opções que se nos descortinam, existem muitas coisas que independem de nossas escolhas. Há inúmeras situações que nos acometem, sem que possamos escolher algo ali dentro daquilo tudo, como no caso de nos apaixonarmos ou de esquecermos. A paixão vem quando menos esperamos, sei lá de onde ou por quê. Também não controlamos o esquecimento, ou seja, esquecer alguém pode ser até um desejo nosso, mas que não se realiza no tempo que quisermos.

As lições que a vida nos dá, muitas vezes, obrigam o nosso rompimento com pessoas, com sentimentos, com ideias que julgávamos imutáveis, inalteráveis. Teremos, assim, que mudar, que partir para outra, que recomeçar, de uma forma totalmente nova, num horizonte que fugirá aos caminhos que havíamos traçado. E isso não significa que será tranquilo nos desapegarmos daquilo a que, não raro, inutilmente nos agarramos.

Da mesma forma, a gente também muda, passa a pensar de maneiras diferentes e, nessa dinâmica, acaba por priorizar novas dimensões de uma jornada em que não mais caberão muito do que a gente tinha como parte integrante e inseparável de uma vida que nem boa era de fato. Aliás, os sonhos que construímos há tempos podem nem ser interessantes agora, uma vez que, muito provavelmente, já não somos mais aquela pessoa de ontem.

O que importa, no fim das contas, é sobrevivermos e conseguirmos prosseguir com menos peso e com um respirar mais sereno. Para tanto, renúncias serão inevitáveis, pois muitas coisas e muitas pessoas deverão somente se tornar lembranças de uma fase de nossas vidas em que não mais nos encontramos. Podemos escolher nos afastarmos de alguém, mesmo que não consigamos esquecê-lo, porque a necessidade de sobreviver sempre deverá prevalecer sobre o apego emocional.

Marcel Camargo

"Escrever é como compartilhar olhares, tão vital quanto respirar". É colunista da CONTI outra desde outubro de 2015.

Recent Posts

Especialista em linguagem corporal desvenda significado de gesto do filho de Trump na posse

Barron Trump chamou atenção na cerimônia de posse do pai ao fazer um gesto curioso.…

15 horas ago

Filme romântico que chegou na Netflix vai aquecer seu coração e melhorar seu dia

Um filme doce, charmoso e divertido que oferece um descanso para o cérebro e faz…

17 horas ago

Pescadores se chocam ao descobrir restos mortais de criatura bizarra em pântano

Os pescadores dizem nunca terem visto nada parecido antes e descrevem o ser como "assustador"…

22 horas ago

Itens de luxo e viagens caríssimas: o que Fernanda Torres pode ganhar caso seja indicada ao Oscar

A atriz, que foi presenteada com mimos avaliados em até 1 milhão de dólares ao…

1 dia ago

Quem procurar quando você está desesperado e não sabe em quem confiar?

Quando enfrentamos momentos de desespero e não sabemos em quem confiar, a busca por ajuda…

2 dias ago

A importância da hidratação na rotina dos gatos

Você sabia que uma boa hidratação é fundamental para a saúde do seu gato? No…

2 dias ago