Se alguém merece ser reconhecido como “o pai do ano”, esse alguém certamente é Sidnei Lopes de Jesus. Trabalhando como catador de recicláveis na cidade de Campo Grande (MS), ele adaptou o carrinho que usa para recolher os materiais, de modo que possa carregar junto com ele todos os dias dois dos seus quatro filhos.
“Não adianta eu querer ir sozinho não, viu? Você precisa ver, quando eu estou me ajeitando pra sair, como eles ficam”, disse Sidney, de 46 anos, ao Campo Grande News. “Mas ser pai é um carinho, um amor incondicional que não tem dinheiro nesse mundo que pague”.
Sidnei é casado com Luciane Rodrigues Cavalcante, de 40 anos. Eles são pais de Osvaldo, de 5, Heloisa, com 3, Davi de 2, e Isaque, de apenas oito meses. Eles moram em uma casa alugada bastante simples no Bairro Santo Amaro, com um quintal amplo que comporta os recicláveis.
“A gente sempre viveu disso e não tinha com quem deixar as crianças. Então, por isso, ele fez a adaptação, colocou os dois assentos com bebê conforto, pra eles estarem confortáveis enquanto a gente trabalha”, explicou a mãe das crianças.
Ela conta que as crianças encaram a situação como diversão. “A gente sai logo cedo da manhã e volta só à noite. E eles acham um barato, porque está sempre andando”, ri. “É só não deixar faltar comida e água, que a gente sempre leva pra eles. Aí, eles chegam em casa já dormindo”, acrescenta o pai.
Luciane também trabalha como manicure e tem alguns problemas de saúde, por isso, não consegue sair para coletar o material todos os dias. Sidnei se encarrega de fazer sozinho o trabalho pesado, carregando o carrinho durante o dia e no final da tarde fazendo a separação a separação do material coletado. E sempre acompanhado dos filhos.
“Esses dias, eu carreguei os quatro de uma vez aqui. Os dois menores nas cadeiras, o Osvaldo atrás e a Heloisa aqui na frente do carrinho, pra equilibrar”, conta,
Sidnei conta que estar sempre na companhia do pai fez parte da sua própria criação. “Meu pai me criou dessa forma. Osvaldo de Jesus, ele era um excelente fotógrafo, que faleceu há 30 anos. Ele não tinha leitura, mas as fotos dele eram perfeitas. Como eu já sabia ler e escrever, me falaram pra eu ir com ele e anotar os endereços pra ele”, relembra.
“Ele brincava assim comigo: ‘Anota o endereço aí que amanhã eu volto aqui pra tacar fogo’”, acrescenta entre risadas. “Ele tinha uma Monark, eu ia sempre na garupa dele. Aí, eu cresci, fiquei pesado, ele teve que comprar uma bicicleta pra mim. E assim fui indo, até que quando eu tinha 16 anos, ele faleceu. Assim, eu, como único filho homem da família, tive que trabalhar”, recorda.
Hoje Sidney reproduz esse carinho com os próprios filhos. “Eles dormem tudo em cima de mim, um em cada braço”, ri. O carrinho que tinha em Goiânia, também tinha as adaptações feitas sob encomenda.
“Mas ainda falta coisa. Falta pintar, colocar uma proteção melhor aqui em cima. E mais pra frente, se Deus quiser, é ter uma caminhonete, pra ficar melhor de carregar tudo e todo mundo”, reforça.
Não há dúvidas de que essas crianças deveriam estar em uma cheche, mas também não dá para negar que aparentemente esse pai fez o melhor que podia com o pouco que tinha e dentro de uma realidade infinitamente longe da ideal.
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Redação Conti Outra, com informações de Campo Grande News.
Fotos: Paulo Francis.
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