curiosidades

Estudantes desenvolvem novo jogo que ajuda pessoas com dislexia

A Dislexia é considerada um transtorno de aprendizagem de origem neurobiológica, caracterizada pela dificuldade no reconhecimento preciso e/ou fluente da palavra, na habilidade de decodificação e em soletração. Assim, pode dificultar os processos de leitura e escrita.

Foi pensando nisso que dois estudantes do curso técnico integrado em Informática do Campus Ponta Porã do Instituto Federal de Mato Grosso do Sul (IFMS) criaram um jogo digital, o “Pequenos Viajantes”, com o objetivo de facilitar o processo de aprendizagem da escrita e da leitura para pessoas com dislexia usando tecnologia.

Desde o inicio de sua criação, há um ano o projeto já foi apresentado na Feira de Tecnologias, Engenharias e Ciências de MS (Fetec); no Simpósio Brasileiro sobre Fatores Humanos em Sistemas Computacionais, em Vitória (ES); e na Experiência Beta, em Porto Alegre (RS).

Em um desses eventos realizados no Sul do país, o “Pequenos Viajantes” foi selecionado para a próxima edição de umas das feiras científicas mais importantes do país, a Feira Brasileira de Ciências e Engenharia (Febrace).

O projeto do jogo foi desenvolvido como trabalho de conclusão de curso dos estudantes Renato de Almeida, diagnosticado com dislexia, e Rodrigo da Silva, ambos alunos do último semestre do técnico em Informática, orientados pelas professoras Esteic Janaína Batista e Kenia Oliveira.

A ideia para o jogo surgiu devido à importância do tema e das poucas ferramentas para auxílio no processo de ensino-aprendizagem para pessoas com dislexia.

O “Pequenos Viajantes” propõe desafios diversificados. Um personagem principal guia a criança por vários locais do mundo na resolução de problemas, prevendo a concessão de pontos que poderão ser convertidos em recompensas para customização do personagem. O jogo se destina a web e sistema Android, auxiliando no desenvolvimento da escrita e leitura de crianças com dislexia de forma interativa e divertida.

“Quando vamos escrever a palavra copo, por exemplo, imaginamos o objeto e daí escrevemos. Esse tipo de conexão é um pouco diferente para as crianças disléxicas, por isso a ideia de criar o jogo. Para ficar mais interessante, o jogo tem fases ou capítulos, que se passam em diferentes continentes. O usuário pode escolher o país que ele quer visitar”, explica Esteic.

“É um jogo de plataforma com obstáculos e cenários de diferentes países. Quando o usuário chega ao final do capítulo, ele tem um desafio que vai trabalhar com a escrita e a leitura, associando palavra e imagem”, complementa a orientadora.

Os alunos ainda terão o cuidado de entrevistar profissionais fonoaudiólogos e psicopedagogos, afinal visam disponibilizar o jogo para as escolas públicas e privadas, nas quais qualquer criança pode jogar e aproveitar da plataforma educativa.

O “Pequeno Viajantes” visa sobretudo combater o preconceito. “As crianças geralmente não têm diagnóstico em sala de aula e a dislexia passa despercebida pelos professores. Isso faz com que esses alunos sejam vistos como preguiçosos, por isso é tão importante reconhecer o problema”, finaliza Esteic.

 

Com informações de IFMS
Ana Carolina Conti Cenciani

Ana, 20 anos, estudante de Artes Visuais na UNESP de Bauru. Trago aqui matérias que são boas de se ler.

Recent Posts

Tire as crianças da sala antes de dar o play nesta série cheia de segundas intenções na Netflix

Uma série perfeita para maratonar em um fim de semana, com uma taça de vinho…

1 dia ago

Você não vai encontrar outro filme mais tenso e envolvente do que este na Netflix

Alerta Lobo ( Le Chant du Loup , 2019) é um thriller tenso e envolvente…

1 dia ago

Trem turístico promete ligar RJ e MG com belas paisagens a partir de 2025

Uma nova atração turística promete movimentar o turismo nas divisas entre o Rio de Janeiro…

2 dias ago

Panetone também altera bafômetro e causa polêmica entre motoristas

O Detran de Goiás (Detran-GO) divulgou uma informação curiosa que tem gerado discussão nas redes…

2 dias ago

Homem com maior QI do mundo diz ter uma resposta para o que acontece após a morte

Christopher Michael Langan, cujo QI é superior ao de Albert Einstein e ao de Stephen…

2 dias ago

Novo filme da Netflix retrata uma inspiradora história real que poucos conhecem

O filme, que já figura entre os pré-selecionados do Oscar 2025 em duas categorias, reúne…

2 dias ago