No mundo de hoje é difícil fazer uma pausa. E não digo uma pausa de 15 minutos para um café. Falo da ruptura de suas tarefas diárias, responsabilidades e pressões do trabalho para desfrutar de um período de férias em alguma ilha tropical ou uma road trip pelos Estados Unidos.
E falando em Estados Unidos, um estudo recente realizado por lá pelo Project Time Off mostrou que os americanos estão optando por trabalharem meses a fio para cumprirem prazos apertados e demonstrarem lealdade à empresa. Seus gerentes apreciam toda essa dedicação ao trabalho e lhes dão alguns tapinhas nas costas enquanto suas mentes e seus corpos clamam por uma ruptura. Cá entre nós, diante da atual situação financeira e política do Brasil, nossa situação é a mesma. Todos querem mostrar trabalho e garantir seu emprego. Mas, isso pode ser perigoso. Outro estudo, chamado 10 YEARS OF AMERICAN VACATIONS: A RETROSPECTIVE LOOK também pode ser consultado.
E como curar essas mentes e corpos que precisam desesperadamente de um afastamento de suas rotinas? Remédios tarja preta? Que nada. Viajando! Viajar pode melhorar sua saúde, aumentar sua criatividade e sua capacidade de ter empatia.
É isso mesmo. Viajar pode afetar positivamente sua capacidade de ser inovador ao mesmo tempo que lhe ajuda contra o stress e a depressão, melhorando sua saúde física e mental.
Para a maioria, a criatividade surge através de experiências novas e emocionantes. Meu blog, por exemplo, surgiu depois de uma viagem para a Europa. O livro que estou escrevendo – e ainda não foi lançado porque preciso de uma nova ruptura – também. O problema surge quando a coisa mais excitante do seu dia é o trajeto para o trabalho ou a fofoca do escritório na hora do café. Você está limitando a capacidade da sua mente de se expandir e pensar fora da caixa.
Adam Galinksy, professor e autor, diz que “experiências estrangeiras aumentam a flexibilidade cognitiva e a profundidade de pensamento, além da capacidade de fazer conexões profundas entre coisas diferentes”. Isto significa, basicamente, que novos sons, cheiros e paisagens aceleram as sinapses do cérebro.
Utilizando exemplos brasileiros de empreendedores de destaque nos últimos anos, podemos olhar as biografias de Flávio Augusto da Silva, Bel Pesce e Erico Rocha. Todos tem em comum experiências de vida no exterior. Tais experiências certamente os ajudaram a estabelecer conexões profundas em seus negócios.
Muitos outros criativos, como os escritores Ernest Hemingway e Mark Twain, usaram suas experiências internacionais para esculpirem seus trabalhos. Os romances de Hemingway são fortemente inspirados em seus tempos na França e na Espanha, enquanto Twain documentou suas aventuras pelo Mediterrâneo em seu livro de viagensInnocents Abroad. Essa exposição a novas e diferentes culturas permitiu-lhes escrever alguns dos seus melhores trabalhos.
Viajar para outro país ou mesmo outro estado pode lhe ajudar a abrir sua mente. Você pode experimentar alimentos exóticos, visitar monumentos notáveis, fazer amizade com os moradores locais ou mesmo caminhar através das montanhas. Basta mergulhar em um ambiente diferente por vários dias e deixar seu pensamento livre.Você não será apenas mais criativo, você será mais saudável e mais feliz.
Sua saúde mental também desfruta as vantagens de viajar. Uma pesquisa realizada pela Associação de Viagens dos EUA (U.S. Travel Association) descobriu que a viagem, especialmente para os aposentados, evita a demência e o Alzheimer.
O estudo também descobriu que 86% das pessoas que viajam estão mais satisfeitas com a sua visão da vida em comparação com os 75% que não viajam.
Viajar também reforça a sua saúde do coração. O Framingham Heart Study descobriu que aqueles que não tiram férias durante vários anos são mais propensos a sofrer de ataques cardíacos do que aqueles que viajaram anualmente.
Por que isso? Porque aqueles que ficam longe de seus trabalhos e casas são tipicamente menos estressados e menos ansiosos, diminuindo a pressão sobre seus corações.
Um estudo do Centro de Pesquisa Cornell descobriu que as pessoas sentem mais felicidade sabendo que suas férias estão próximas do que comprando algo. Um outro estudo feito por professores da Universidade de Surrey descobriu que as pessoas são mais felizes quando sabem que têm uma viagem chegando. Assim, apenas o ato de planejar uma viagem pode melhorar significativamente o seu bem estar. Imagine, então, viajar de fato?!
Já o Centro de Pesquisa Matheus de Souza (haha, zoeira) descobriu que a convivência com outras culturas pode levar as pessoas a terem mais empatia. Seu “estudo de caso” foi publicado em abril de 2014 neste mesmo blog sob o título de “Estereótipos“.
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