Eu vou começar esse texto pelo fim. Pelo nosso fim. Algumas histórias não nascem para darem certo mesmo e, a nossa, faz parte dessas. Agradeço as ligações não atendidas, as crises de ciúmes sem motivos e os compromissos cancelados na última hora. Eles me fizeram amadurecer e ver, exatamente, o que não quero para minha vida.
Você sabe que não sou saudosista e que não cultuo sofrimento. Tenho sede de vida, do hoje, do inesperado. Não vejo beleza na dor, nem faço das lembranças motivos de sofrimento. Apenas quero viver o hoje com todas as surpresas que ele me proporciona.
Falando assim parece clichê, mas o que quero para minha vida é paz e, com você moreno, isso não seria possível. Quero olhar os outros com generosidade, enxergar a vida mais leve e ser capaz de perceber a beleza dos detalhes. Quero descanso emocional, direito de juntar os cacos em paz, cura sem plateia.
Em algum momento, perdemos nossa liberdade tentando encontrar o amor e acabamos escravos dos próprios sentimentos. De repente, nos vimos presos na obrigação do almoço de domingo em família, de dar satisfação a cada passo, de postar fotos de casais nas redes sociais. E, convenhamos, não estávamos tão felizes como expúnhamos.
Estamos cansados. Cansados de tentar, de insistir, de convencer. Nosso relacionamento foi se acabando na nossa falta de cuidado e, agora, não há nada o que se possa fazer.
Sabe, não merecemos um romance pela metade. Ninguém merece! Chegamos ao nosso limite emocional e nada do que vier daqui para frente poderá salvar essa relação.
Merecemos um amor sem roteiros pré-determinados pela sociedade com possibilidade de crescimento mútuo. Merecemos, moreno, sermos felizes. Mesmo que separados.
Pode parecer loucura, mas com o tempo, nossas lembranças serão esquecidas e isso nos fará caminhar em direção a uma nova vida. Seremos capazes de amar novamente, sem resquícios da relação anterior e isso será libertador!
Hoje, moreno, ficam entre nós as lições, os carinhos, o respeito, sem mágoa ou ressentimentos. Nossa relação foi uma oportunidade de aprendizagem sem direito a mensagens de saudade. Pode ser que daqui a vinte ou quarenta anos a gente se reencontre e tome outras decisões, mas, por hoje, eu escolhi ser feliz e isso não inclui você.