É cansativo demais quem cobra, cria regras e faz julgamentos precipitados. Não tenho como adivinhar pensamentos e sentimentos alheios. Por mais que exista empatia, carinho e respeito, de nada adiantam essas entregas se a pessoa do outro lado não expressar o que sente e pensa. Quem quer ficar, fica. Meios termos, desculpa, não suporto.
Não sou estepe para qualquer um enxergar apoio vitalício. Tenho um limite, como todos, do que posso e não posso aguentar. Expectativas superestimadas é uma delas. Porque não é pelo fato de gostar, amar ou ter uma sintonia com alguém, que sou obrigado a provar constantemente todo o meu apreço e valor. Algumas pessoas distorcem o significado da reciprocidade. Ser recíproco não é entregar-se na hora que aquela pessoa deseja. O nome disso é ego. Pessoas recíprocas entendem de algo chamado naturalidade. É quando você intercala, por livre e espontânea vontade, emoções e gestos gentis. Sem a necessidade de pressionar, impor ou suplicar.
Certos indivíduos nutrem o péssimo hábito de colocarem opiniões na frente dos fatos e, principalmente, dos possíveis sentimentos da outra pessoa. É preguiça em larga escala conviver e confrontar gente assim. Não vale a pena. Definindo em uma sentença mais objetiva, não encontrei a minha dignidade no lixo. Não é imaturidade ou falta de disposição, mas há quem diga, e não são poucos, que todo mundo possui o direito de desistir. Seguir um caminho diferente não é crime. Às vezes, laços são desfeitos. Não quer dizer que foram em vão, nada disso. Simplesmente aconteceu deles decidirem por novos entornos.
A vida segue, com ou sem algumas pessoas. Reconhecer quem realmente está presente e alinhado naquele momento, naquele inteiro proposto, é a máxima das relações. E não precisa muito, nunca precisou. Depende apenas da serenidade e coragem de cada um identificar os instantes experimentados.
Eu não insisto mais em algumas pessoas. Não é por falta de amor ou coisa parecida. Felizmente, entendi que antes de adentrar na vida de quem quer que seja, tenho uma responsabilidade emocional comigo. E ela implica em não perder o amor próprio que construí ao longo de tantas metades por aí.
Imagem de capa: Us (2013) – Dir. Mani Maserrat Agah
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