Das muitas coisas que a gente aprende com o tempo é que, implorar ou obrigar que alguém fique, não é amor. O sentimento só permanece se houver interesse e serenidade. Porque não é fácil se desfazer do peso das decepções passadas e dos medos futuros. Por mais que você tente, existe uma grande diferença entre estar pronto (a) e estar disponível para alguém.
Há uma enorme quantidade de amores circulando por aí. Mas, honestamente, em quantos deles você enxerga um caminho de bom senso e parceria? São muitas juras de amor e poucas conversas. São amores que perdem tempo disputando território em vez de dividirem conquistas. Mais pra frente, não tarda muito e tudo acaba. Mesmo ciclo, outras dores, velhos costumes. Vale a pena? Eu não quero te perder, mas não vou te obrigar a ficar.
O que sinto não é nenhum segredo. Disfarçar o óbvio não é uma qualidade que possuo. Sempre fiz questão de deixar livre as coisas que sinto – é uma daquelas coisas que a gente aprende com o tempo. Pois, após uma enxurrada de desencontros, você meio que decide colocar pra fora os seus melhores e piores lados. E você não faz isso no sentido de “o mundo que me aceite”, mas porque foi um tratado de paz com o próprio coração – preciso ser sincero (a) comigo para pensar em estar ao lado de alguém. Dá trabalho, reconheço. Amadurecer as feridas do coração não é para amadores.
Das muitas coisas que a gente com o tempo é que, fica quem é bem cuidado. Quem tem retorno e cumplicidade nos bons e maus dias. É amor quando duas pessoas conseguem passar pelo mesmo presente, mas transbordando esforços para um futuro melhor. Porque é leveza se você parar para pensar em quem está te acompanhando. E, por mais que você negue, existe uma grande diferença entre ter sorte e ter vontade ao lado de alguém.
Não me entenda mal, eu te quero. Estou pronto (a) mas, acima de tudo, disponível. Para querer, ser e somar. Trago os mais variados sentimentos de reciprocidade e parceria. Talvez não seja o suficiente para você, entendo. Eu não quero te perder, mas não vou te obrigar a ficar.
Imagem de capa: Movimento Em Falso (1975) – Dir. Win Wenders
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