Eu sei que pareço complicada, mas é só um reflexo da minha insegurança. Isso não tem nada a ver com complicar a sua vida e fazer uma bagunça interior. Então, perdoa meu jeito desastrado de ser, vivo quebrando as coisas eu sei, mas jamais quebraria o seu coração.
Eu sou indecisa, eu sei, e sempre fico na dúvida quando preciso escolher. É que eu ainda não sei se escolho sorvete de creme ou de morango e se peço pizza salgada ou doce. Então, mesmo se eu não gostar de comida japonesa, odiar cebola na comida e dispensar muito tempero, você promete ficar? Eu sei que não sou boa com expressões e, sempre que você me presenteia, eu não sei reagir muito bem, mas acredite, meu coração dispara e sou invadida por sentimentos bons, só não consigo agir na mesma proporção do que sinto, talvez porque eu sinta demais.
Então, eu lhe dou um abraço e esboço um sorriso como quem sorri com o coração e com a alma. Você me perdoa se eu pareço não gostar das coisas que você me faz? É que, na verdade, eu gosto até demais. As suas ligações só para me dar um “oi” são suficientes para deixar o meu dia mais bonito. Eu fico com a alma leve, como quem quer sorrir o tempo todo.
Talvez você não saiba, mas, quando você deixa um bilhete dizendo que me ama ou quando fala que quer passar o resto da sua vida comigo, eu me desmonto e fico alegre feito criança que acabou de ganhar um brinquedo que tanto queria. Eu sou insegura às vezes, eu sei, é que esse tal do amor nos deixa com aquele medo bobo de perder. Por isso lhe cuido em oração.
Eu sei, somos todos imperfeitos, buscando alguém que aceite as nossas imperfeições. Então, perdoa meu jeito esquecido, é que não sou muito boa com lembranças e recordações, mas não me esqueço de você um dia sequer.
O seu beijo na testa, enquanto a gente espera o elevador, traz paz e, quando você me pede para ficar mais um pouco ou diz que está com saudade, eu me sinto abraçada e transbordo de tanto amor. Eu sei que não sou perfeita e não pretendo ser, afinal, ninguém é. Mas, com você, eu sou mais, sou inteira e não metade. Então, eu posso não gostar das mesmas comidas que você, curtir as mesmas coisas, gostar dos mesmos filmes, mas eu gosto de você, gosto mesmo. Como quem não quer deixar partir.
Eu gosto do seu jeito organizado de ser, mesmo eu sendo uma bagunça. Eu gosto do seu jeito exagerado de ser, mesmo eu sendo calmaria, e do teu apreço pelas coisas, mesmo eu sendo desligada. É que, nesse somatório, somos equilíbrio, somos encaixe. E eu gosto disso.
Não sou perfeita, eu bem sei, mas sei que amo você com toda a minha imperfeição e eu acho isso bonito, essa coisa de querer ser a melhor versão de si para o outro. Então, saiba que eu o amo sempre que assisto àquele filme com você, mesmo não entendendo uma vírgula, e fazendo aquele esforço enorme para não dormir.
Eu o amo quando faço perguntas sobre as coisas da sua faculdade, porque gosto de ouvir você falar com tanto amor. Eu o amo quando faço aquele lanche ou sobremesa de que você tanto gosta, mesmo depois de um dia extremamente cansativo, ou quando vou ao mercado e me lembro de que você gosta disso ou daquilo. Eu o amo quando dou abraço forte e peço para você ficar, quando ligo como quem quer arrumar um assunto, mas na verdade só quer ouvir a sua voz.
Com você, eu não preciso fingir ser o que não sou e meu desarrumado combina com o seu jeito organizado de ser. O meu sorriso escancarado combina com o seu sorriso tímido, que vai sendo desenhado aos poucos em seu rosto. Com você, eu não preciso de máscaras, dispenso essa coisa de precisar parecer aquilo que não somos só para agradar.
É que, com você, ser imperfeito não é defeito e, nessa história de imperfeições, nós queremos apenas ser a melhor versão de si para o outro. E eu acho isso mesmo bonito, querer melhorar em prol de si, em prol do outro e em prol do amor.