Antes que isso pareça algum discurso construído para separar o joio do trigo, esclareço não ser bem assim. Não é como se tivesse decidido que seria dessa forma sempre. Mas quanto mais se toma conhecimento das friezas e vontades de alguns em impor pontos de vista e sentimentos, fica claro que o melhor caminho a ser trilhado é o da reciprocidade. Não dá mais para estender a mão para quem só quer o corpo inteiro. Não é justo adentrar nas gentilezas de um alguém e, depois, sem mais nem menos, sugar toda a sua entrega e carinho. Já passamos da fase do egoísmo fazer morada quando bem entender. E o papo clichê de “é preciso se colocar no lugar da outra pessoa”, também tem limites.
O respeito é composto por diálogo, paciência e uma troca mútua de sentimentos. Quando essas características são ignoradas por um tipo de joguete primitivo, nada pode ser feito que não seja cortar laços. Em qualquer grau de relacionamento atravessado, o mais importante é ser recebido de braços abertos, e não com o sorriso trincado por conveniência. Ninguém é obrigado a conviver com metades, ou, tampouco, estar rodeado de indivíduos capazes das maiores babaquices usando a desculpa da sinceridade. Gostar não implica um trem desgovernado que colide no primeiro coração encontrado. Ser envolvido por esse sentimento significa, acima de tudo, nutrir felicidade. Ainda que certos momentos de discordâncias ocorram, quem gosta entende não se tratar de uma bobeira desconhecida. É o princípio das relações realmente importantes. É o que antecede aquilo que, lá na frente, fará a diferença entre amar ou não.
Por isso, eu só vou gostar de quem gosta de mim. Só vou perder o sono por quem em algum instante, colocou-se inteira (o) para um abraço, uma conversa ou um sorriso fora de hora. Por quem esteve quando o coração andava meio cambaleante e por quem me incentivou nos dias mais longos. O mundo é repleto de pessoas interessadas num aconchego, mas a verdade é que muitas não estão dispostas a cederem espaço, no caso de precisarem mover uma palha. Para essas, deixo apenas um aceno.