Estava escrevendo um artigo para uma coluna a respeito de excessos dentro das relações. De repente me veio em mente os meus mais de 100 pares de sapatos. Depois lembrei do quarto cheio de roupas. Algumas peças ou pares têm mais de 20 anos, outras não me servem mais. Por que ainda as tenho?
Pensei no carro que eu dirijo e que ele poderia custar menos, ser menor, consumir menos gasolina; no excesso de espaço da minha casa e que poderia viver em algo menor; no tumulto causado pelo meu zilhão de livros que nunca li, porque tudo está online; no número sem fim de copos e taças no armário e o fato que uso sempre aquela meia dúzia colorida da minha cromoterapia; em como pagamos 10 reais por um café com leite depois que passaram a chamá-lo de cappuccino.
De repente o tempo em que tudo o que me pertencia cabia numa mala ganhou um enorme sentido. Um tempo em que cada esterlina que eu ganhava tinha um destino, um valor e por isso, não aceitava um café com leite por mais do que valia, mesmo que alguém o chamasse de “cafè au lait”. Era um tempo em que para voar, bastava enfiar tudo na mala e partir. Nesse momento, senti meus pés plantados no chão e um incômodo inexplicável.
Percebi que a evolução nos torna vaidosos e passamos a viver acima de nossos meios, a ponto de parcelar coisas a perder de vista simplesmente porque não nos reconhecemos sem elas.
Pensei nos vaidosos que roubam, corrompem e são corrompidos para se atolarem em excessos. Excesso de coisas materiais e escassez de si mesmos, impossível de se suprir.
Concluí que vivemos de excesso de excessos, impedindo o livre fluir da vida. Sim, evoluir é preciso e poder se dar mimos é terapêutico. Contudo, ao ponto que viver com tudo que nos desperta desejo pode ser bom, saber viver sem, é poder.
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