O que mais os pais se orgulham nos filhos?
“Meu filho é o mais inteligente da classe”, diz uma mãe coruja.
“Minha filha ganhou o primeiro lugar na olimpíada de matemática”, conta a outra.
“Meus filhos precisam ficar horas debruçados nos livros diariamente porque quero que eles sejam alguém na vida”, conclui os pais zelosos.
Mas o que muitos pais não percebem é que a inteligência dos filhos não é só motivo de orgulho, mas pode ser também, sinal de preocupação, visto que algumas crianças podem ficar amarradas em preocupações excessivas e angustias internas que podem leva-las ao desespero e a depressão!
Não é à toa que mentes brilhantes que fizeram história tinham fama de serem quietos, problemáticos e um tanto quanto tristes. Para quem conhece as vidas de Francisco Goya, Ludwig van Beethoven, Machado de Assis, Vincent Van Gogh e Clarice Lispector, por exemplo, a afirmação a cima fica bem clara e exemplificada.
A mente em burburinho, a ânsia pela perfeição, em acertar, em ser o melhor, em fazer o melhor… A incerteza da vida… E o fator do descontrole emocional e da vida…. Afinal, mesmo o ser mais inteligente do mundo não tem o poder de controlar o que acontece no Universo… E esse fato, leva a loucura muitas mentes brilhantes.
“A loucura é vizinha da mais cruel sensatez. Engulo a loucura porque ela me alucina calmamente.” Clarice Lispector
Ok. Parece que tudo leva a crer que existe realmente uma relação direta entre a inteligência do indivíduo e a pré-disposição em desenvolver a depressão. Mas, não é bem assim.
O que de fato existe são apenas tendências relacionadas a forte autocrítica dessas pessoas, que leva a uma personalidade negativa e tendenciosa da realidade devido a uma preocupação exacerbada.
O que podemos afirmar de fato está relacionado a estudos realizados em pessoas com QI acima de 170 pontos. Essas pessoas foram analisadas e concluiu-se que há uma inclinação muito contundente de que cérebros criativos tendem a desenvolver alterações psicológicas frequentemente como: ansiedade, medo, síndromes e transtornos como bipolaridade e pânico.
Sylvia Plath, por exemplo, uma das maiores poetas norte-americanas do século passado, sofreu de depressão durante toda sua vida. Escreveu, em 1962, “A Redoma de Vidro”, livro em que detalha sua luta contra a doença. No ano seguinte, aos 30 anos, cometeu suicídio por não suportar mais viver deprimida. Teve o cuidado de trancar os filhos pequenos no quarto e deixar a janela aberta, já que iria enfiar a cabeça no forno e ligar o gás.
Tragicamente, em 2009, seu filho também cometeu suicídio por não suportar a depressão.
Isso não quer dizer que todo mundo com um QI alto seja um gênio torturado, como a cultura popular nos faz crer. Mas ainda assim, é algo intrigante.
Psicólogos e psicanalistas famosos como Sigmund Freud e sua filha Anna Freud, além de Lewis Terman, pioneiro na psicologia educacional no início do século XX já estudaram crianças com QI elevado. E concluíram, cada um com a sua análise peculiar, que existem fortes indícios que comprovam essa relação com o transtorno da depressão.
No caso de Freud, sua pesquisa analisou crianças com QI acima de 130 e 60% delas apresentaram o problema. Já Termam realizou pesquisas com crianças que tinham QI acima de 170 e ficou registrado como um dos experimentos mais interessantes da história.
Essas crianças estudadas por Termam, ficaram conhecidas como “térmites” e só depois dos anos 90 foi possível concluir que boa parte delas possuem um conflito existencial permanente, associado a falta de satisfação com a vida e a sensibilidade aos problemas do mundo. Mesmo que alguns tenham tido sucesso na vida, outros apresentaram tendências depressivas que levavam a tentativas de suicídio, ao alcoolismo e outros vícios, e concluíram também que pessoas muito inteligentes se sentem aborrecidas diante de comportamentos egoístas, irracionais ou sem lógica.
Já ouviu falar em transtorno dissociativo de personalidade? É como se existisse um narrador que contasse a você como a sua vida é, mas você não se sentisse participante disso.
Estudos revelam também que as pessoas excessivamente inteligentes acabam por fazer essa dissociação o que leva ao autoengano, que é uma dificuldade de perceber a realidade como ela realmente é, bem como de aceitar as coisas como elas são, essa dissociação ficou conhecida como “pontos cegos”. Esse conceito tem muito a ver com o estudo “Inteligência Emocional” que Daniel Goleman desenvolveu e publicou em um livro com o mesmo nome.
O interesse dos estudiosos sobre a capacidade elevada dessas pessoas é muito grande, mas o fato é que ser muito inteligente resulta em um pensar constante e em questionamentos internos muito mais profundos, o que leva a essas pessoas a tentarem a qualquer custo resolverem os problemas do mundo e das pessoas que estão ao seu redor.
Quando percebem que não possuem esse poder e que não controlam os acontecimentos do Universo, essa impotência, essa incerteza, acaba por colocar em cheque seus estudos e os transtornos começam a aparecer e se desenvolver fortemente. Isso nada mais é que um forte desequilíbrio emocional frente aos desafios que a vida impõe.
O que essas pessoas precisam saber?
Que eles não nasceram para salvar o mundo, mas que podem contribuir para isso, de uma forma prática, colocando mais um grão de areia… O que para eles pode ser pouco, e por tanto, lhes causar angustias e depressão, para a humanidade faz, com certeza, uma grande diferença.
Editorial: CONTI outra. Imagem de capa: foto histórica de Einstein na terapia.
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