Ei, eu estou aqui pra te contar que existe uma vida espetacular após a separação. Uma vida jamais sonhada por quem um dia foi prisioneiro de uma situação, no mínimo, angustiante. Se não foi esse o seu caso, você teve muita sorte.
Uma pessoa separada é um ser sedento por vida e por novas possibilidades. O separado já testou todas as velhas fórmulas e aprendeu que parte delas é cilada. O separado é um ser desperto, pronto para coisas maravilhosas. E elas existem aos montes.
Paulo Coelho percorreu o Caminho de Santiago de Compostela depois de três separações. E o Caminho está repleto de recém-separados em busca de novas respostas. O fim do que parecia eterno faz com que pequenas liberdades se tornem deliciosas e pede urgentemente novos jeitos de ver e fazer a vida.
Quando você sai de uma relação ruim, um novo sopro de ar percorre seus pulmões e a possibilidade de tentar de um jeito diferente é deliciosa. Você tem uma ânsia de se encontrar que não pode ser contida. A verdade é que você passa a ter um tesão louco por você.
O filme “Comer, Rezar, Amar” foi muito feliz ao retratar Liz em sua busca interior. Ela vai para a Itália, Índia e Bali em um passeio místico a fim de encontrar-se. E como esse filme existem outros também maravilhosos que falam desse tempo divino de descobertas pós-separação:
Em “Sob o sol da Toscana” – uma mulher recém-separada compra uma casa antiga nessa região da Itália e se reinventa; Em “Pão e Tulipas” – uma dona de casa é esquecida pelo marido em um posto no meio da estrada e descobre a beleza de viver em companhia de si mesma tocando acordeom em Veneza; E em “Garçonete” – uma jovem faz tortas para suportar a vida ao lado do marido abusivo e descobre, em certo ponto, que a vida pode ser deliciosa sem ele.
Existem muitos outros filmes que mostram que no fim do túnel não há uma pequena luz, mas sim um sol lindo repleto de amores e amizades novas.
O separado não carrega em si a ansiedade do solteiro, pois aprendeu a amar e dar valor à própria companhia e sabe muito bem qual a importância do seu tempo.
Todo separado passou por situações no mínimo angustiantes, para não dizer insanas, para preservar a união falida.
E quando o fim finalmente chega o pensamento recorrente é “Por que não me separei antes?”.
É que é preciso um certo tempo para entendermos que a felicidade não mora onde nos contaram. É preciso tempo para entedermos que os melhores ingredientes não garantem o melhor bolo.
Do lado de cá posso afirmar que todo separado se reconhece no olhar. Existe entre nós um tipo de simbiose silenciosa.
Sabemos das batalhas pelas quais passamos e o quanto lutamos para estarmos vivos e inteiros hoje. Somos sobreviventes de uma guerra silenciosa, uma guerra que quase nos deixou irremediavelmente machucados. Somos soldados cheios de gratidão por estarmos inteiros e de volta à vida.
A guerra acabou, felizmente! E a sensação é maravilhosa! Agora nós sabemos celebrar a paz e o amor como ninguém.
Existe sim vida após a separação. E que vida!
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Acompanhe a autora em sua página Vanelli Doratioto – Alcova Moderna
Imagem meramente ilustrativa: cena do filme “Sob o Sol da Toscana”
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