Bom senso, educação, cortesia, camaradagem, empatia.
Falar com alguém, sobre alguém, para alguém, tudo isso requer minimamente um código de comunicação bem conhecido de todos, onde há limites que vão se definindo conforme o assunto e os personagens envolvidos.
Não há tema que seja tão livre e tão independente que possa abrir mão dos preceitos básicos de um bom diálogo.
Falar apaixonadamente sobre determinado assunto é empolgante, contudo, há o momento de pausar e conceder a voz à outra parte.
Defender um ponto de vista é dos melhores usos da palavra, mas se a defesa vem acompanhada da tirania, os argumentos empobrecem e perdem o valor.
Contar algo de alguém para outro alguém requer responsabilidade e uma forte resistência aos floreios. Se afrouxar,transforma-se em fofoca.
Falar somente para agradar, puxar saco, tentar vantagens, é fazer uso inconsequente da oportunidade de se posicionar.
Ofender, humilhar, maltratar, caluniar, é a palavra em sua expressão mais vil, quando deixa de ser um elemento de ligação e se transforma em dardo, até mesmo em bala de canhão.
Quem fala nem sempre se dá conta. A necessidade de falar é maior do que o dever de calar, ou mudar o discurso.
Tem gente que ganha no gogó. As palavras assertivas e fortes invadem chutando a porta, sem defesa para os argumentos sensatos.
Tem gente que perde a vez de falar. Não consegue organizar as ideias, passa a vez e permite que outra voz represente seus interesses.
Para todos os usos e abusos da palavra, estão de prontidão as devidas consequências.
Uma noite inebriante de palavras de sentidos e intenções tortos, é seguida de enorme ressaca moral.
Ressaca moral é aquela coisa horrível que eu falei e em seguida me arrependi.
É aquela verdade que eu revelei injustamente, aquele fora que disparei, a saraivada de ofensas que não economizei.
Ressaca moral é o enjôo causado pela insuportável embriaguez de achar que eu posso falar tudo o que bem entender, sobre quem quiser, a quem eu quiser, do jeito que eu quiser.
Ressaca moral é o veneno saindo pelos poros, a vergonha rosnando no espelho, a vontade de ter calado a vontade de falar sem pensar.
Mas, a palavra não volta!
Imagem de capa: Luis Molinero/shutterstock
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