Por María Beatriz Valdívia
“A felicidade é um estado de alma. É algo que encontraremos sempre no nosso interior (e poucas vezes no exterior), quando estamos de bem com a nossa própria consciência.”
Marcolino José Carlos Moco
Teve envolvimento com a luta pela independência de Angola desde cedo.
Após a independência de Angola em 11 de novembro de 1975, a sua participação na vida política cresceu gradativamente até o cargo de Primeiro-Ministro da República de Angola onde formou um governo que contemplou todas as sensibilidades políticas nacionais e procurou dar continuidade às reformas econômicas e sociais. Deu um importante impulso à Cultura, manteve permanente contato com representantes das associações ligadas às artes e participou das atividades organizadas na sede da União dos Escritores Angolanos, mas manteve discretamente oculta a sua condição de poeta. Ele não queria que se fizesse uma leitura preconceituosa da sua obra literária e quis separar a sua atividade literária da política.
Ao publicar Raízes do Porvir adotou o pseudônimo de Domingos Florentino, prestando assim uma homenagem à família e à terra natal (seu pai o chamava de Domingos por ter nascido nesse dia e Florentino por ser muito florido o lugar em que nasceu).
Na página À mesa do café, durante uma entrevista, ao ser questionado sobre a qualidade que mais admira no ser humano, Marcolino responde:
“Capacidade de acreditar nas virtudes humanas. Sou contra ideia de Hobbes, de que o homem é lobo do próprio homem”.
UMA PLANTA, PLANTANDO SONHOS
no canto do fim do mundo
há uma flor
contando histórias
à porta da minha casa
há uma planta
plantando sonhos
Cuito, 1987
CRIOULA, DO MEU CANTO
(para uma mulata ao pé do mar)
Esguia e fugidia
Como água que se me escapa pelos dedos
Tu és o sonho que desliza
E deslinda meus sonhos
Esguia e fugidia
Tu és o marulhar (de mar)
A pintar meu sonho de amor
Esguia e fugidia
Crioula
Tu és o encanto
E um canto à Vida
Luanda, 1993
RAÍZES DO PORVIR
Trago a nódoa do passado
no punho do presente
transponho montanhas na minha luta
de juventude tragada
na convulsão dos tempos
em busca do Futuro
Trago a nódoa do passado
na serra dos dentes procuro paz
sobre o crepitar de corpos insepultos
na noite de tragédia
grávida de esperança
Trago a nódoa do passado
nas raízes do porvir
venho de longe
gritando meus anseios
em cansaços semeados
disperso no tempo
Trago a nódoa do passado
no cântico ao Futuro
planto amor
sobre o drama da flor violentada
no chão do meu País
Luanda, 1979
As poesias foram selecionadas do livro:
Florentino, Domingos. Raízes do Porvir. São Paulo: Clíper Editora, 1997.
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