Por Rodrigo Svezia
Nessa “Jornada nas estrelas” da busca do life style mais genuíno e personalizado possível, todos estão querendo viver “7 anos no Tibet”, mas esta “Todo Mundo em Pânico”.
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Em tempos de “CEO de multinacional larga tudo para criar rinocerontes albinos com família no Alasca” e palestras de como coisas banais como pagar uma conta de luz em uma lotérica pode ser uma experiência transcendental de autoconhecimento e felicidade plena serem coisas cada vez mais frequentes, vamos criando a obrigação, uma obrigação a mais pra chamar de nossa, velada muitas vezes, de tornar nossa rotina necessariamente um grande “As Viagens de Gulliver”.
Ter essa obsessão de tornar cada momento simples em uma cena de “Amelie Poulain” é um carpe diem muito mais para “Trainspotting” do que para “Sociedade dos Poetas Mortos”.
Nessa “jornada nas estrelas” da busca do life style mais genuíno e personalizado possível, todos estão querendo viver “7 anos no Tibet”, mas esta “Todo Mundo em Pânico”.
Um “Tira da Pesada” de fórmulas de auto realização qualquer, desses que são um mix de representante de marketing de pirâmide com Anthony Hopkins em “Amistad” e que adoram varrer nossas timelines, conversas de bar e almoços corporativos com os seus 10 passos para se trabalhar com o que ama, vai nos dizer que “Curtindo a Vida Adoidado” esta por exemplo o engenheiro que larga a carreira pra vender gravata borboleta recitando poemas no metro. Enquanto isso, o engenheiro que não largou tudo, mas que sofre como todos os desgastes que qualquer rotina proporciona, lê esses manuais de felicidade gourmet e pensa “Esqueceram de Mim”?
É como se fossemos todos atores, desconhecidos, em início de carreira, mas não aceitássemos nenhum papel que não fosse no mínimo o de protagonista de um filme de ação do Spielberg, onde nesse filme, até a pasta de dente daquela escovada com sono e com pressa de manhã, já atrasados pra trabalhar explode fazendo um cogumelo de fumaça de bomba atômica.
Atuamos para uma plateia que não existe e criticamos um filme que ainda não esta em cartaz.
Ninguém quer ser o Chris O’Donnel em Perfume de Mulher numa quinta-feira com chuva e muito trânsito e ver que num dia como esse, o discurso final que o Al Pacino faz no filme é a sua rotina que esta te dando, e que nesse roteiro em construção somos todos protagonistas e coadjuvantes, sem excessão, e que esta tudo bem assim.
Vencer o leão do dia a dia talvez seja uma batalha mais sangrenta que as de “Coração Valente” e “Platoon” juntas, mas podemos encará-las como se fossemos o “Patch Adams” ou deixar tudo mais complicado que o final de “Lost”.
Podemos renegar o medo que da ser adulto, aquele que o Tom Hanks já tinha mostrado pra gente em “Eu Quero Ser Grande”, mas ter uma formula pronta de felicidade, que seja de fora pra dentro em vez de dentro pra fora, pode ser mais “Xuxa Contra o Baixo Astral” do que “Na Natureza Selvagem”.
Nota da Conti outra: o texto acima foi publicado com a autorização do autor.
São Paulo, 06/02/2015
Publicitário e cinéfilo, observador de comportamento, acredita que os filmes da sessão da tarde dos anos 90 tem poder de cura.
email: rodrigo.rso@gmail.com
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