Por Jackson Buonocore
Sociólogo, psicanalista e escritor
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Saltburn: perversão e neurose
A cineasta Emerald Fennell no seu longa-metragem, Saltburn, disponível na Prime Video, desnuda a vida da aristocracia britânica, marcada por intrigas e estratégias de poder.
Fennell prende a atenção dos espectadores, pois o filme é ambientado em 2007. Mas é através de revelações perturbadoras, que ela faz críticas à alienação e a manipulação entre os personagens.
Aliás, a cineasta mostra a morbidez que supera o sadismo de Oliver Quick, um estudante ignorado pela elite universitária de Oxford. Ele é convidado por seu colega Félix Catton para passar o verão no castelo de sua família super-rica.
Oliver, um jovem cativante, começa a confundir com a cabeça da família Catton e expõe o estilo de vida ridículo das pessoas que vivem no castelo.
A trama gira em torno de Oliver e sua ambição de pertencimento, que é personificada na relação com Félix. Porém, a sua presença desmascara essa família, acostumada a naturalizar a lascívia e a opulência.
Em Saltburn, ocorre uma sequência de perversões sexuais. Então, Oliver faz sexo com Venetia, a irmã de Félix, uma compulsiva sexual, faz sexo com o primo Farleigh, um pedante que precisa ser contido e ainda profana o leito de morte da matriarca.
Assim, a perversão e a neurose são potências e sintomas em Saltburn, exibidas nas cenas bizarras e de luxúria. Oliver se aproveita disso, e se revela um psicopata narcisista.
Em suma, o filme tem uma temática provocante, contudo, não trata de consciência social, já que o protagonista deseja ter todos os privilégios de Saltburn.
Confira o trailer abaixo: