O tabu relacionado ao corpo nu foi algo socialmente construído. Seja em passagens bíblicas ou na literatura, há inúmeras citações que associam o corpo desnudo a imagens de pecado e falta de decoro. Assim, como lemos nesses materiais, as pessoas há algumas centenas de anos têm sido orientadas a “cobrir suas vergonhas”.
A nossa sorte é que a arte sempre nos salva da mediocridade e foi assim que o fotógrafo paulistano Ricardo Feres encontrou uma forma de expressão libertária ao criar o projeto Nude and Nature.
Ricardo contou para CONTI outra que, após muitos anos trabalhando em São Paulo, mudou-se para a cidade de São Sebastião em busca de qualidade de vida e de uma relação cada vez mais próxima com a natureza e com os ambientes abertos, características que marcam seu trabalho atual que acontece principalmente em praias, nascentes e cachoeiras encontradas em São Sebastião e Ilhabela.
Além de um projeto, o “Nude and Nature, que é uma forma que suas modelos e clientes (pois o serviço pode ser contratado) encontram de abraçar a liberdade numa relação íntima entre o existir, o aceita-se e o ser em natureza.
Em seu site, o fotógrafo descreve o projeto explicando que o corpo não é o destaque principal da foto. Nos ensaios, que levam em torno de 12 horas, a figura feminina compõe o ambiente com naturalidade e divide com a paisagem a atenção de quem vê as fotos. O resultado é simplesmente perfeito e, por isso, diferenciado, pois permite que não só modelos acostumadas a fotografar, mas também pessoas que não são da área repensem sua relação com o corpo e sua integração com o meio.
O projeto, que vem chamando atenção da mídia especializada, não para de atrair pessoas que entenderam que “pecado mesmo” é deixar de fazer algo que se tem vontade por causa de um discurso que não as representa.
No final das contas a pergunta que fica é: “Por que não?”
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