Não são todas as pessoas que vibram e buscam viver experiências diferentes. Não são todas que ousam experimentar iguarias exóticas de outras culturas, ou que buscam viver um “friozinho na barriga” dentro de uma montanha russa, ou saltam de paraquedas para ter a sensação de um voo, ou elegem um esporte radical…
Encontramos pessoas que preferem lugares conhecidos, sabores familiares e se sentem temerosas, incapazes de enfrentar aquilo que lhes é estranho.
Pessoas que percorrem os mesmos caminhos, moram a vida inteira na mesma casa, acreditando que o mais seguro e agradável é o caminho conhecido.
Elas não têm o ímpeto dos grandes navegadores, nem a paixão de chegarem ao topo de grandes montanhas, assim como os alpinistas.
Entretanto, quando esse jeito de ser e de pensar torna-se um dogma, uma verdade absoluta, instala-se a desunião entre os seres humanos, a discórdia, os preconceitos, os desrespeitos e tantos outros males que afetam a humanidade como um todo.
Indivíduos que não suportam ideias ou comportamentos diferentes, com dificuldade em compreender a singularidade de cada pessoa, acarretam o empobrecimento e estancamento do seu crescimento psíquico e provocam conflitos e cisões no âmbito familiar, profissional e social.
A vida é uma grande escola, isso é consenso! Não estamos aqui para viver como se estivéssemos num piquenique. Há muitas tarefas a serem assimiladas, o que nos faz sair da ignorância rumo à sabedoria, como bem nos ensinam os filósofos.
Um quesito difícil de ser alcançado é anunciado pelo poeta Paulo Mendes Campos, na sua crônica Para Maria da Graça: “Se gostas de gato, experimenta o ponto de vista do rato”.
Prova difícil… Talvez, muitos de nós tiraríamos zero ao deparar com a dificuldade em respeitar um outro ponto de vista, o qual nada mais é do que a vista de um ponto.
Ao ficarmos frente às pessoas que não têm as nossas convicções, precisamos “acolher” e não “tolerar”, pois tolerar é suportar, aguentar, ficar indiferente, enquanto que acolher é receber o outro na qualidade de alguém como eu, lembra Mario Sérgio Cortella.
É preciso assimilar que pessoas diferentes de nós podem, sim, ter muito a nos ensinar, desde que deixemos nossas resistências de lado.
Afinal… O que seria do azul se todos gostassem do vermelho, não é verdade?
Imagem de capa: Eric Isselee/shutterstock
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