Gatos e ratos

Não são todas as pessoas que vibram e buscam viver experiências diferentes. Não são todas que ousam experimentar iguarias exóticas de outras culturas, ou que buscam viver um “friozinho na barriga” dentro de uma montanha russa, ou saltam de paraquedas para ter a sensação de um voo, ou elegem um esporte radical…

Encontramos pessoas que preferem lugares conhecidos, sabores familiares e se sentem temerosas, incapazes de enfrentar aquilo que lhes é estranho.

Pessoas que percorrem os mesmos caminhos, moram a vida inteira na mesma casa, acreditando que o mais seguro e agradável é o caminho conhecido.

Elas não têm o ímpeto dos grandes navegadores, nem a paixão de chegarem ao topo de grandes montanhas, assim como os alpinistas.

Entretanto, quando esse jeito de ser e de pensar torna-se um dogma, uma verdade absoluta, instala-se a desunião entre os seres humanos, a discórdia, os preconceitos, os desrespeitos e tantos outros males que afetam a humanidade como um todo.

Indivíduos que não suportam ideias ou comportamentos diferentes, com dificuldade em compreender a singularidade de cada pessoa, acarretam o empobrecimento e estancamento do seu crescimento psíquico e provocam conflitos e cisões no âmbito familiar, profissional e social.

A vida é uma grande escola, isso é consenso! Não estamos aqui para viver como se estivéssemos num piquenique. Há muitas tarefas a serem assimiladas, o que nos faz sair da ignorância rumo à sabedoria, como bem nos ensinam os filósofos.

Um quesito difícil de ser alcançado é anunciado pelo poeta Paulo Mendes Campos, na sua crônica Para Maria da Graça: “Se gostas de gato, experimenta o ponto de vista do rato”.

Prova difícil… Talvez, muitos de nós tiraríamos zero ao deparar com a dificuldade em respeitar um outro ponto de vista, o qual nada mais é do que a vista de um ponto.

Ao ficarmos frente às pessoas que não têm as nossas convicções, precisamos “acolher” e não “tolerar”, pois tolerar é suportar, aguentar, ficar indiferente, enquanto que acolher é receber o outro na qualidade de alguém como eu, lembra Mario Sérgio Cortella.

É preciso assimilar que pessoas diferentes de nós podem, sim, ter muito a nos ensinar, desde que deixemos nossas resistências de lado.

Afinal… O que seria do azul se todos gostassem do vermelho, não é verdade?

Imagem de capa: Eric Isselee/shutterstock

Eliete Cascaldi

Psicóloga , escritora e avó apaixonada pelo seu neto e pela vida. Autora do livro "Varal de sonhos" e feliz demais com os novos horizontes literários que se abrem.

Recent Posts

O filme eletrizante que custou US$ 200 milhões à Netflix e ficou 13 semanas no TOP 10 mundial

Um filme cheio de qualidades que marcou a história da plataforma com números impressionantes.

3 horas ago

Filme mais visto da Netflix no momento recria caso real que chocou o mundo

Uma história real tão intensa que você vai duvidar que realmente aconteceu.

3 horas ago

Dono de restaurante que oferecia carne de gato e cachorro falece vítima de raiva

Homem havia procurado atendimento médico, mas interrompeu o tratamento e morreu após agravamento do quadro.

1 dia ago

O filme da Netflix que parou a internet e acumula mais de 286 milhões de horas assistidas

Este suspense psicológico arrasador acumulou impressionantes 286,3 milhões de horas assistidas na Netflix, tornando-se um…

1 dia ago

Cuidados para manter os fios saudáveis antes e depois de tingir

Mudar a cor dos cabelos é uma forma simples, mas eficaz, de renovar o visual…

2 dias ago

Como transformar sua lavanderia em um espaço bonito e funcional

Lavanderia costuma ser sinônimo de bagunça. São roupas sujas, roupas limpas ainda não guardadas, piso…

2 dias ago