Acertar é bom. Dá um alívio, um contentamento, uma satisfação. A gente mira direito e acerta de jeito, no alvo. Coisa boa! Sensação adocicada de conquista. Pena que não acontece sempre. No mais das vezes a gente erra mesmo. Erra no trabalho, no jogo, na vida, no amor. Se há um consolo, é que o erro fica menos feio quando a gente aprende com ele.
Eu acredito na felicidade conjugal, no amor de um dia depois do outro, na construção das histórias simples de ternura e afeto e no trabalho que tudo isso dá. Acredito, sim. Por duas vezes, em dois casamentos diferentes, fui feliz e sinto hoje uma alegria tranquila de saber que, em algum momento, de alguma sorte, trabalhei para a felicidade de alguém e nós acertamos juntos. Em meio a tantos erros, nossa meia dúzia de acertos valeu a pena e isso nos fez bem.
Mas aqui entre nós eu acho francamente que a gente aprende mesmo é com os amores errados, os desencontros, os escorregões, as decisões equivocadas. Quanto mais a gente quebra a cara, mais aprende.
Com os amores que dão em nada é que a gente se descobre profundamente. Nas expectativas frustradas, esperas inúteis, decepções prematuras e desencontros anunciados todo amante se encontra e se enxerga de perto, inteiro em seu desengano. Honesto em sua dor.
Tem coisa que a gente não escolhe. Acontece assim e pronto. Não há o que fazer senão aceitar. A gente chora, reclama, esperneia um pouquinho e depois vai em frente. Vai com uma nova história no currículo, vai sabendo que aprendeu mais uma. Vai pronto para acertar na próxima.
Eu agradeço, sim. Agradeço por cada fracasso amoroso que uma hora ou outra bagunçou a minha vida. Sou grato por todo engano que vira e mexe aparece no caminho. Sofro mas aprendo. Na vida a gente precisa aprender de tudo, inclusive com os amores que não dão em nada.
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