Dificilmente se atinge o sucesso profissional sem pagar um alto preço por isso, mas quando o preço é o fracasso total na vida pessoal, está na hora de repensar as prioridades.
Como bem disse o poeta Fabrício Carpinejar: “O preço do sucesso não pode ser o fracasso na vida pessoal”. Quando pagamos tal preço, assumimos também as suas consequências: amores perdidos, filhos infelizes, amizades superficiais, saúde comprometida, pequenos prazeres ignorados, solidão e outras mazelas.
Claro que o sucesso profissional deve ser buscado com esforço e dedicação, porém as pessoas não devem se tornar escravas do dinheiro, do poder, da vaidade, do status e da fama. O equilíbrio entre a vida profissional e a vida pessoal é fundamental!
Em recente artigo intitulado “A meia maratona de Amsterdã”, no Jornal do Comércio de Porto Alegre, o empresário Nizan Guanaes cita o livro “On Managing Yourself”, publicado pela Harvard Business School, em que Clayton Christensen, conhecido como o guru da inovação, defende que a melhor medida empresarial é a gestão da própria vida pessoal.
Nizan afirma que: “A vida empresarial é um moedor de carne. Se você não a domina, ela engole você. Ela engole seu corpo, sua família, suas relações. Ela come tudo.” E, continua: “Muitas vezes o sucesso não consegue ser sustentado porque o corpo, e a alma, a cabeça, são destruídos antes por toda essa pressão profissional”.
São muitos os exemplos de pessoas famosas que destruíram suas carreiras ou as interromperam precocemente porque não conseguiram administrar suas vidas pessoais.
Inclusive, são inúmeros os estudos e artigos de especialistas que defendem que a satisfação na vida pessoal é um propulsor para o sucesso na vida profissional, pois melhora a criatividade, ajuda nas relações interpessoais, faz líderes melhores e aumenta a produtividade.
A reflexão não vale apenas para os que já atingiram o sucesso, mas também para aqueles que ainda o buscam a qualquer preço. Trabalham exaustivamente e não se desligam nem nos raros momentos de prazer, comprometendo a família, a vida social e a própria saúde.
Sim, a saúde, física e emocional, comprometida pelo excesso de estresse, ansiedade, distúrbios do sono e alimentação, pressão arterial alta, irritabilidade etc. É o sinal vermelho dado pelo corpo avisando que chegou a hora de diminuir a velocidade ou colocar o pé no freio.
Na verdade, chegou mesmo foi a hora de arrumar tempo para brincar com os filhos, viajar, sair para dançar, pisar na areia da praia, admirar a natureza, assistir a um bom filme, ler os livros que estão na prateleira há meses, cozinhar, rir das piadas dos amigos, levar seus pais para jantar, enfim dar atenção a si mesmo e às pessoas amadas.
É fácil desacelerar? Claro que não, mas as vezes é necessário!
Felizes são os que não negligenciam suas vidas pessoais, porque quando a crise econômica chega, o câmbio aumenta e os negócios não vão bem, ainda restam motivos para sorrir.