Histórias reais quase sempre emocionam e quando elas dizem de escritoras e poetisas, as quais admiramos, parece que o fascínio se torna ainda maior. Em comum nessa lista de 14 filmes biográficos estão grandes mulheres que com poesia e prosa mudaram o mundo.
Cada filme, com sua peculiaridade, é capaz de despertar em nós interesse, fascinação e até mesmo desapontamento, pois como leitores não cansamos de idealizar aquelas que um dia nos sussurraram aos ouvidos as mais belas palavras. Espero que gostem da seleção!
Esse filme é o quarto do diretor Techiné e inesperadamente foi relançado em 2014 em DVD no Brasil. O enredo se passa em Yorkshire, na Inglaterra do século XIX, e fala da vida das três irmãs escritoras Brontë, Charlotte (Marie-France Pisier), Emily (Isabelle Adjani) e Anne (Isabelle Huppert), que apesar de terem morrido jovens e de terem vivido bastante reclusas, se tornaram ícones da literatura mundial. No filme também aparece o irmão pintor das escritoras, que possivelmente serviu de inspiração para elas em muitos momentos.
Com uma interpretação maravilhosa de Meryl Streep e de Robert Redford e com uma fotografia e enredo primorosos, é um achado na Netflix. Baseado na história real da escritora dinamarquesa Karen Christenze Dinesen (1885-1962), que mais tarde passaria a ter o nome de baronesa Karen von Blixen-Finecke, o filme se passa no começo do século vinte e retrata uma mulher muito à frente de seu tempo que por causa de um casamento por conveniência parte para a África e lá encontra o verdadeiro amor. O livro da escritora intitulado Out Of Africa, deu embasamento para o filme. No Brasil podemos encontrar o livro Sombras na Relva, de Dinesen, no qual ela conta sobre a vida, amores e a fazenda no Quênia.
Esse filme é tremendamente erótico, sedutor e com ótimas interpretações, com destaque para a atriz Maria de Medeiros que interpreta Anaïs Nin. O enredo é tecido tendo como base os escritos de Anaïs em extensos diários bastante detalhados – podemos encontrar o livro da autora, intituladoHenry & June, disponível no Brasil. Recheado de erotismo, o diretor Philip Kaufman conseguiu traduzir cenas sensuais e sexuais sem deixá-las vulgares, pelo contrário. O filme se passa em Paris, no início da década de 30, época na qual o escritor Henry Miller (Fred Word) forma um triângulo amoroso com sua mulher June (Uma Thurman) e com Anaïs Nin (Maria de Medeiros). Anaïs se envolve tanto com o escritor quanto com a esposa dele, enquanto vive uma relação desinteressada com o marido.
Esse filme se passa em meados de 1920 e conta a história da escritora e poetisa norte-americana Dorothy Parker (Jennifer Jason Leigh). Com um físico pequeno, Dorothy não levava desaforos para casa. Com suas frases ácidas e ar destemido se tornou uma das figuras mais importantes, espirituosas e comentadas da América entre os anos 20 e 30. No filme a escritora relembra os tempos em que pertencia ao grupo Algonquin Round Table, formado por amigos escritores de Nova York. Entre festas, romances e amizades com os escritores, Dorothy passa por alcoolismo, comportamento autodestrutivo e tentativa de suicídio. Destaque para a atuação elogiada de Jennifer Jason Leigh e para os diversos atores famosos que aparecem em pontas. No Brasil há um único livro da escritora lançado; uma coletânea de contos intitulada Big Loira.
A história de amor entre a escritora inglesa Iris Murdoch e seu marido, John Bailey, também escritor e professor de literatura inglesa, com quem viveu quase 50 anos, é contada em duas épocas distintas: na juventude, quando eles se conheceram, e na velhice, quando Iris sofre do mal de Alzheimer. O filme é interpretado por Kate Winslet (na fase jovem de Iris) e Judi Dench (nos derradeiros dias da escritora). Baseado em dois livros de Bailey (A Memoir e Elegy for Iris), o filme acompanha a agonia de Iris a partir da descoberta acidental da doença, pouco antes dela concluir o seu último romance em 1995. No Brasil podemos encontrar o livro da escritora intitulado A Soberania do Bem, dentre outros.
Em três períodos diferentes vivem três mulheres ligadas ao livro “Mrs. Dalloway”. Em 1923 vive a escritora Virginia Woolf (Nicole Kidman), autora do livro, que enfrenta uma crise de depressão e idéias de suicídio. Em 1949 vive Laura Brown (Julianne Moore), uma dona de casa grávida que mora em Los Angeles, planeja uma festa de aniversário para o marido e não consegue parar de ler o livro. Nos dias atuais vive Clarissa Vaughn (Meryl Streep), uma editora de livros que vive em Nova York e dá uma festa para Richard (Ed Harris), escritor que fora seu amante no passado e hoje está com Aids e morrendo. O filme é inspirado em um livro de mesmo nome escrito por Michael Cunningham e é muito bem dirigido por Daldry. Amado e odiado, a película divide opiniões, mas é uma ótima oportunidade para se deliciar com a interpretação de Nicole Kidman como Virginia Woolf.
Esse filme é uma biografia encantadora da poetisa, romancista e contista norte-americana Sylvia Plath. Interpretada com maestria por Gwyneth Paltrow, a personagem mostra uma Sylvia sensível e loucamente apaixonada por Ted Hughes, poeta de quem foi esposa e com quem teve dois filhos. Um passado conturbado, um presente incerto e um futuro nebuloso marcaram a história dessa mulher apaixonada e sensível. Um filme memorável que mostra um belo panorama da vida conjugal de Sylvia e de como o ciúme, a infidelidade e inúmeras incertezas minaram as expectativas dela com relação à vida. Pode ser encontrado na internet em espanhol, contudo com a possibilidade de legendas em português.
Beatrix Potter foi um verdadeiro fenômeno da literatura no início do século XX. Ela criou uma série de livros e personagens infantis que são amados até os dias atuais. Peter Rabbit é um ótimo exemplo disso. No filme Beatrix é interpretada por Renée Zellweger, antes da plástica facial. Há flashbacks da infância, registros da aristocracia inglesa que definiram a personalidade introspectiva de Beatrix, mas o filme é concentrado no início e no rápido ápice da vida literária da escritora. O foco principal de Noonan não é alimentar conflitos, mas embelezar a arte de Beatrix com muita doçura. Para isso o diretor mesclou a filmagem tradicional com a animação dos desenhos da escritora. Um filme para toda a família que pode ser encontrado facilmente na internet.
Esse filme lindo e delicado conta a história da escritora Jane Austen. Na sociedade inglesa de 1795, os pais de Austen querem casa-la com um rico sobrinho. Mas Jane (Anne Hathaway) quer se casar por amor. E é nesse momento que ela conhece o irlandês Tom Lefroy (James McAvoy), um estudante de direito em visita ao campo. O elenco de atores ingleses é excelente, o figurino, fotografia e trilha sonora também se destacam. E o final é belíssimo. O filme pode ser encontrado facilmente na internet e Netflix.
Esse filme tem como foco os últimos anos da vida de Jane Austen que morreu em 1817, aos 41 anos, e nos apresenta um período da vida da autora diferente daquele do filme Amor e Inocência. O roteiro, baseado nas correspondências entre Jane, sua irmã Cassandra e sua sobrinha Fanny, fala sobre a decisão de Austen de permanecer solteira, as chances que teve de se casar e de como ajudou sua sobrinha Fanny a encontrar um marido. Também vemos nele um pouco sobre a luta para conseguir publicar seus livros e a oposição sofrida dentro da família. A produção do filme é ótima e a fotografia é maravilhosa o que resulta em cenas belíssimas. No Brasil o filme foi lançado pela BBC em um pack juntamente com o filme Razão e Sensibilidade.
Ainda criança, na era Eduardiana na Inglaterra, a escritora Enid Blyton começa a contar estórias para seus irmãos. Após a I Guerra Mundial, enquanto estudava para ser professora, ela manda seus escritos para vários editores e um deles, Hugh Pollock, não só os aceita, como se casa com ela. Enquanto milhares de crianças a adoram, ela é uma mãe e esposa extremamente fria e manipuladora. Com a separação do primeiro marido ela se casa com Kenneth Waters. Após a II Guerra Mundial, ela é uma escritora popular, amada pelas crianças, contudo muito diferente do que qualquer uma delas pode sequer imaginar. Em 43 anos de trabalho Enid Blyton escreveu mais de 700 livros, tendo vendido até hoje mais de 600 milhões de cópias. Morreu em 1968 com demência. Helena Bonham Carter é quem interpreta Enid Blyton no filme e está primorosa no papel. O filme Enid pode ser encontrado facilmente na internet e seus livros são vendidos no mundo todo ainda hoje, inclusive no Brasil.
Borboletas Negras, dirigido por Paula von der Oest, conta a história de Ingrid Jonker (interpretada por Carice van Houten), escritora sul-africana que viveu na época do Apartheid. Tornou-se conhecida quando Nelson Mandela leu o poema “A Criança que foi Assassinada pelos Soldados de Nyanga”, no seu primeiro discurso como presidente da África do Sul. Ingrid Jonker nasceu em 19 de setembro de 1933, e residia na cidade do Cabo. A vida da poetisa foi marcada pela difícil relação com o pai, Abraham Jonker, que não reconhecia o talento literário dela e a rejeitava. Casou-se, em 1956, com Pieter Venter, e teve uma filha chamada Simone. Porém, logo se divorciou e passou a se envolver com outros homens. Dentre eles, os escritores Jack Cope e André P. Brink. O primeiro é mostrado, no filme, como o grande amor da vida da poetisa. Jonker começou a escrever poemas aos seis anos de idade e o fazia no idioma Afrikaans. O filme é de uma densidade e intensidade incrível e mostra como uma alma sensível pode ser abalada irremediavelmente pelas agruras da vida. Pode ser encontrado na internet.
Eu preciso confessar que esse filme foi uma boa surpresa que me caiu no colo durante uma viagem daquelas nas quais a TV só sintoniza alguns poucos canais. Ambientado no Brasil dos anos 50, o filme conta a história do relacionamento entre a poetisa norte‐americana Elizabeth Bishop e a arquiteta brasileira Lota de Macedo Soares. Extremamente rico e, ao mesmo tempo, bastante conturbado, esse relacionamento rendeu bons frutos: o auge da poesia de Bishop e a construção do Aterro do Flamengo, obra arquitetônica mundialmente conhecida de Lota. O filme é de uma delicadeza sem fim e os créditos vão para a interpretação de Glória Pires como a arquiteta brasileira, com um inglês fluente e atuação bastante convincente.
A famosa poetisa Florbela Espanca (1894 – 1930) vive em Portugal na época do fim da Primeira República. Depois de uma separação traumática, ela aceita se casar para encontrar estabilidade e ter paz para escrever. Mas ela logo fica entediada e, após receber uma carta do irmão, vai correndo encontrá-lo em Lisboa, procurando inspiração e proximidade do círculo literário da capital. Ela vive com intensidade o estilo de vida urbano e embora o marido tente trazê-la de volta, e o irmão seja obrigado a partir, Florbela sente que encontrou seu lugar. Na cidade surge a inspiração para os seus maiores poemas. Tendo um pai que não a reconheceu em vida, um amor exacerbado pelo irmão, três casamentos, dois abortos e três tentativas de suicídio, sua história por si só é perturbadora. Um filme amado e detestado na mesma medida, contudo válido, com uma atuação convincente de Dalila Carmo como Florbela. O filme pode ser facilmente encontrado na internet.
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