Pamela Camocardi

Há dois tipos de relacionamentos: os que te dão paz e os que te tiram ela

Confesso que há coisas que não entendendo e, por mais que eu me esforce, elas parecem ser, cada vez mais, incoerentes. Batata frita com ketchup, sorvete com calda quente e relacionamentos turbulentos são algumas delas.

Parece inacreditável, mas há pessoas que consideram normal o ciclo: namorar – terminar – trair – agredir – voltar a namorar. Pessoas que, por motivos desconhecidos, encaram situações degradantes como rotina e não enxergam que merecem muito mais do que estão acostumadas a aceitar.

Relacionamentos não são fáceis, já que o convívio com personalidades diferentes exige maturidade, equilíbrio e paciência. O grande problema é que, enquanto para alguns o amor é encarado como libertador, para outros são verdadeiras algemas.

Toda vez que esse assunto vem à tona, me recordo de Guimarães Rosa, em Grande Sertão Veredas: “Só se pode viver perto de outro, e conhecer outra pessoa, sem perigo de ódio, se a gente tem amor. Qualquer amor já é um pouquinho de saúde, um descanso na loucura”.

Algumas verdades ensinadas como absolutas deveriam ser extintas da sociedade. “Ciúmes é prova de amor”, “o amor basta para um relacionamento feliz” e “traição é normal” são exemplos disso. Agressões, sejam elas verbais ou físicas, nunca foram normais. Gritos não são demonstrações de afeto e ciúmes não dá o direito de aprisionar quem se ama.

Sob uma análise racional, relacionamentos deveriam trazer paz aos corações e não uma desordem generalizada. A verdade é uma só: quando um relacionamento não te dá paz, ele te tira ela. “Os relacionamentos são como vitamina C: em altas doses, provocam náuseas e podem prejudicar a saúde” (Zygmunt Bauman).

Distância, desentendimentos e diferenças cansam. A gente começa a enxergar mais defeitos que qualidades e a entender que, em alma cansada, amor não faz pouso.

Relacionamentos existem para que possamos crescer em maturidade e princípios. Fechar os olhos para as relações tóxicas, permitir agressões e ser submisso à maldade, é como injetar veneno nas próprias veias e acreditar não ser uma atitude fatal.

Não se engane: amores ruins existem! Porém, é possível identificá-los e não permitir que fortes traumas se alojem na alma. Muitas vezes, inteligência emocional é só uma questão de percepção.

Imagem de capa: fizkes/shutterstock

Pamela Camocardi

A literatura vista por vários ângulos e apresentada de forma bem diferente.

Recent Posts

Teste sua inteligência: Por que o prisioneiro escolheu o pão e não a chave?

Antes de começar este desafio mental, saiba de uma coisa Apenas 1% das pessoas que…

3 horas ago

Como eliminar as más energias quando elas estão em nossa casa?

Quando há discussões é muito provável que a casa fique cheia de energias negativas e…

3 horas ago

O impacto das tecnologias modernas de inteligência artificial na indústria de apostas

As tecnologias digitais não param. O desenvolvimento também afetou as apostas. Recentemente, a inteligência artificial…

8 horas ago

Filme belíssimo que chegou à Netflix dura menos de uma hora e meia, mas vai te marcar para sempre

Com uma história simples e emocionante, este filme vai direto ao coração e deixa marcas…

2 dias ago

Empresário que foi atingido por um raio e ressuscitou após 28 minutos revela o que viu ‘do outro lado’

Dannion Brinkley, ex-fuzileiro naval dos EUA, reviveu no necrotério após ser atingido por raio; ele…

2 dias ago

Ator que fez Beiçola em ‘A Grande Família’ se muda para casa doada por Marieta Severo; veja as imagens!

O ator de 67 anos foi recebido na última quinta-feira (10) no Retiro dos Artistas,…

3 dias ago