Uma mulher notável, que leu, viu e pensou mais do que a maioria dos homens sábios do seu tempo. Foi a fundadora do movimento esotérico contemporâneo.
“A verdadeira liberdade depende do autoconhecimento.”
Helena Petrovna Blavatsky nasceu em Ekaterinoslav, Rússia, a 12 de Agosto de 1831, no seio de uma família nobre, da alta aristocracia russa, rica, educada e culta, mas a união dos seus pais não era feliz. Teve três irmãos, Alexander, Vera e Leonid. Seu pai, descendente de alemães, era um oficial do exército. Sua mãe era uma escritora popular de romances, todavia morreu durante a infância de Helena. A menina fora deixada aos cuidados do avô, o governador civil de Saratov. Uma criança incomum e talentosa, que lia muito na biblioteca de seu avô, tendo um especial interesse em ciência e ocultismo. Em 1847 mudou-se com seus avós para Tiflis e ali conheceu seu futuro marido, Nikifor Blavatsky. Em 1848, com dezassete anos, Helena Petrovna Blavatskaya, mais conhecida como Madame Blavatsky, se casou com Nikifor, vice-governador de Yerevan, na Arménia, mas rapidamente o deixou para, por conta própria, viajar pelo mundo em busca de conhecimento filosófico, espiritual e esotérico, e nesse intervalo alegou ter passado por inúmeras experiências fantásticas, entrado em contacto com vários mestres de sabedoria, culminando com o estudo e sua iniciação no Tibete no final da década de 1860 sob a tutela de mahatmas (professores altamente evoluídos). Destes mestres fora recebida na condição de discípula, desenvolvendo seus poderes paranormais de forma controlada, a fim de que pudesse servir-lhes de instrumento para a instrução do mundo ocidental.
Do Tibete saiu em 1867, e após ter percorrido outros países Helena veio para a América em 1873, onde conheceu Henry Steel Olcott, um advogado, jornalista e estudante de espiritismo. Ele, Blavatsky, e outros fundaram a Sociedade Teosófica em Nova Iorque em 1875, uma organização dedicada inicialmente à investigação do conhecimento oculto. Iniciada a sua carreira pública nos Estados Unidos, em pouco tempo se tornou uma figura tão celebrada quanto polémica. Exibiu seus poderes psíquicos para grande número de pessoas, deslumbrando a muitos e despertando o cepticismo em outros. Em 1877 foi publicado o primeiro livro de Blavatsky, ‘Ísis Sem Véu’, com base em seu estudo e experiência no ocultismo. Da sua pena saiu magistrais obras como: ‘A Doutrina Secreta’ (considerado o seu livro mais importante), ‘A Chave Para a Teosofia’, ‘Glossário Teosófico’ e ‘A Voz do Silêncio’ (obra traduzida em Portugal por Fernando Pessoa, um seguidor também do ocultismo). Pouco depois ela e Olcott transferiram a sede da Sociedade para a Índia, e passaram a viver lá, até que um incidente, o Caso Coulomb, abalou gravemente sua reputação internacional, quando foi declarada culpada de fraude num relatório publicado pela Sociedade de Pesquisas Psíquicas de Londres. Voltou então para a Europa. A filósofa lutou contra todas as formas de intolerância e preconceito, atacou o materialismo e o cepticismo arrogante da ciência, e pregou a fraternidade universal. Progressivamente, têm vindo a ganhar força os ideais porque lutou, na altura quase sozinha: desde a ecologia à ética animal, desde a consideração respeitosa pelas tradições espirituais do Oriente ao estudo atento do Gnosticismo. Seus anos finais foram difíceis, estava frequentemente adoentada (sofria de nefrite, úlceras, reumatismo, hidropisia, sangramentos e obesidade) e envolvida em discussões públicas, tinha de administrar a Sociedade que fundara e que crescia rapidamente, e a quantidade de trabalho que se impunha era enorme. Contudo foram tanbém anos de intensa atividade literária. Morreu em Londres, a 8 de Maio de 1891. Blavatsky despertou intensa controvérsia durante sua vida, e tem continuado a fazê-lo desde então.
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