Recentemente viralizou na internet um video que mostra um homem reagindo a um episósio de racismo em um shopoping de Manaus (AM). Nas redes sociais, muitos têm dito que ele deu a melhor resposta de todas.
Em entrevista para a UOL, o fisioterapeuta Afonso Celso, de 54 anos, conta a história por trás do registro. Ele conta que, na tarde da última quinta-feira (12), estava na praça de alimentação do Amazonas Shopping Center com a esposa e quatro netos, todos pequenos. Ele caminhava em direção à mesa onde a família estava sentada, quando esbarrou sem querer com o joelho na bolsa de uma mulher, pendurada no encosto da cadeira.
Ao notar a situação, a mulher teria reagido com desconfiança. “Notei que ela pegou a bolsa e conferiu, como se eu tivesse roubado alguma coisa. Até então, não vi nada demais. Mas me dirigi a ela para pedir desculpas, e ela perguntou se eu estava cego”, relata Afonso.
Ainda de acordo com o fisioterapeuta, foi neste momento que as ofensas aconteceram. Ele conta que, ao retornar à mesa onde a família o aguardava, ouviu nitidamente a agressora afirmar que tal atitude era “coisa de preto”. Ele afirma que, segundo testemunhas, ela também teria proferido as expressões “tinha que ser preto” e “preto mal-educado”.
“Na hora, fingi que não ouvi, mas começou o burburinho nas mesas próximas a nós, com pessoas revoltadas. A mulher estava no telefone com alguém e continuou falando como se o problema não fosse com ela”, diz.
Depois que a mulher se levantou, Afonso, já nervoso com os ataques, respondeu à altura e, chamando-a de racista, rebateu as ofensas.
“Racista! Esse país aqui é meu também. Qual o problema? Tá na Suíça? Racista! Racista! Racista! Quem é você? ‘Tinha que ser preto por quê? Filma, filma. Palhaça! Tá no país errado!”, reagiu.
Os vídeos com a resposta de Afonso aos ataques foram imensamente cutidos e compartilhados nas redes sociais. “Fui me emocionando muito. Tenho 54 anos e uma vida ilibada. Sempre fui um lutador, um guerreiro. Infelizmente, eu extrapolei. Eu estava muito nervoso, muito preocupado com a minha família, principalmente com meus netos, que estavam chorando, sem entender o que estava acontecendo.”
“Quero que o shopping identifique esta pessoa. Ao sair do shopping, tive que deixar toda a minha identificação com a segurança. Tudo! Endereço, CEP, número de telefone e cópia da carteira de identidade. Deixei tudo meu. Espero que o mesmo tenha sido feito com ela”, cobrou o fisioterapeuta.
Em nota, divulgada ainda na noite de ontem, o Amazonas Shopping disse não compactuar com o ocorrido e se colocou à disposição para prestar apoio ao cliente.
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Redação Conti OUtra, com informações de UOL.
Fotos: Reprodução/Youtube.
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