“Homens” que pensam com a outra cabeça

Tenho nojo de homens velhos que viram a cabeça para cobiçar meninas que poderiam ser suas filhas e, até suas netas! Infelizmente eles não são poucos. Vivem por aí, escondidos por trás de vidas de fachada. E são perigosos, muito perigosos.

Em pleno século XXI a nossa sociedade – que já passou de podre -, exibe um cenário de tirar o sono. Ostenta “homens” que mal sabem usar a cabeça de cima porque pensam 99% do tempo com a cabeça de baixo.

São seres abjetos que se escondem atrás de discursos morais recheados de pensamentos preconceituosos e distribuem – de graça -, falas de defesa à moral da família brasileira e aos bons costumes.

Confesso que tenho vontade de vomitar primeiro e, depois, de esfregar a cara desses sujeitos na sujeira que é de fato a realidade de suas vidas.

Estas criaturas, em geral, têm família, filhos, filhas, esposas, netos e netas. Muitos usam aquele anel circular no dedo anelar da mão esquerda. Fizeram juras de fidelidade e de estarem presentes ao santo matrimônio “até que a morte os separe”.

O curioso é que a maioria de nós faz vista grossa a essa espécie. Muitas esposas, inclusive, sabem o tipo de sujeito ao qual uniram suas vidas e ignoram seu comportamento.

Será medo? Comodismo? Cumplicidade?

O fato é que se você que se incomoda com isso, não pode ficar quieta – ou quieto. Precisamos reagir.

Há alguns anos atrás, minha filha contava 12 ou 13 anos. Estávamos em férias. Fazia calor. Tínhamos voltado da piscina do prédio. Eu me lembrei de que tinha de ir buscar uma encomenda no shopping e minha filha quis ir comigo.

A menina vestiu um short e uma camiseta em cima do biquíni, calçou um par de chinelos e fomos juntas ao shopping. Quando andávamos pelos corredores olhando vitrines, passou por nós um homem adulto, de terno e gravata, de mãos dadas com uma mulher de sua idade.

O infeliz quase quebrou o pescoço para cobiçar a minha filha. O sangue subiu!!! Pedi à menina que entrasse na loja para pedir um sapato para experimentar e disse que já voltava.

Fui atrás do casal. Puxei o homem pelo braço e perguntei “Você é doente ou é só sem vergonha mesmo?”! O cara deu um risinho irônico e disse “Não a conheço, minha senhora…”!. Ao que eu respondi “Também não o conheço. Mas conheço bem a sua laia. Tome vergonha e pare de olhar para meninas que poderiam ser sua filha. Respeite a sua companheira!”.

Deixei o casal às turras para trás. Para minha alegria, a moça reconheceu o tipo de escória a quem estava dando a mão. E, se meu santo é forte como imagino, o sujeito deve ter ficado em maus lençóis.

O que é errado, é errado. Não há desculpa para falta de caráter. Nem para nos omitirmos mais. Enquanto formos omissos, nossas meninas não estarão em segurança. Nossas meninas correm perigo. E ele é BEM REAL!







"Ana Macarini é Psicopedagoga e Mestre em Disfunções de Leitura e Escrita. Acredita que todas as palavras têm vida e, exatamente por isso, possuem a capacidade mágica de serem ressignificadas a partir dos olhos de quem as lê!"