Neste sábado (06), os familiares de Marcelina Braga Dias, de 88 anos, registraram um boletim de ocorrência no 19º Distrito Integrado Policial (DIP), denunciando o Hospital Pronto Socorro 28 de Agosto, em Manaus, por negligência médica. A idosa está internada com Covid-19 desde sexta-feira (5), e sofreu ferimentos na cabeça após cair do leito.
Através de uma nota divulgada à imprensa, a Secretaria de Estado de Saúde (SES-AM) lamentou o ocorrido e relatou que o estado clínico da paciente é estável, faz uso de compressa fria e curativo local.
Marcelina está em uma Sala Rosa (estrutura destinada a casos graves de Covid-19). Segundo a família da idosa, uma das filhas dela notou os ferimentos na cabeça, além de inchaço e sangramento na região, e cobrou uma explicação. A queda foi confirmada pelo hospital.
A idosa foi submetida a uma tomografia do crânio, mas a família ainda não teve acesso ao resultado. Os familiares ainda solicitaram exames mais detalhados, para avaliar se a queda resultou em algum tipo de lesão interna, mas os exames aind não foram feitos.
Karina Braga, neta de Marcelina, conta que a família pediu acesso aos prontuários da paciente, porém teve o pedido negado. Ela afirma, ainda, que não houve nenhum tipo de amparo ou assistência por parte do hospital.
“Eu fui ao setor de serviço social em busca de explicações, por duas vezes. Na primeira, não constava nada a respeito do ferimento, e na segunda, foi anexada ao prontuário a informação de que a paciente idosa havia caído do leito durante a noite, informação repassada pela assistente social, visto que não temos acesso ao documento”, contou.
“Isso é um absurdo, uma idosa, doente, utilizando oxigênio levar uma queda por um descuido. Estamos em busca de uma atenção e cuidado, que ela faça todos os exames para verificar se não houve nenhuma fratura, que a gente receba esses exames e que ela passe por um atendimento digno”, disse.
De acordo com os relatos dos parentes, Marcelina mal consegue falar, apenas aponta para a cabeça e para as pernas. Quando perguntam se ela sente dor, ela confirma.
Ao G1, o filho da idosa, Adelino Braga Dias, disse que o desabafo da família é uma forma de cobrar uma resposta dos órgãos competentes.
“O mais absurdo de tudo foi porque não deixaram ficar ninguém da família, nenhum acompanhante, uma senhora de idade. Em segundo lugar, nada foi feito com relação a esse incidente. Vendo o descaso do hospital, procuramos nossos direitos. E falamos não só pela minha mãe, mas por todas as famílias que têm pacientes no hospital. Não tenho mais palavras para descrever a falta de organização desse hospital”, explicou.
Segundo a Secretaria de Saúde, a paciente foi socorrida prontamente após a queda, realizou tomografia de crânio e o exame constatou que a paciente não apresentava fraturas ou sangramentos intracranianos.
Ainda de acordo com a secretaria, com saturação de oxigênio em 98%, a paciente segue realizando o acompanhamento médico para a Covid-19. “Foi realizada avaliação médica completa e a paciente movimentou os quatro membros, sem queixas de dor nesses locais”.
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Redação Conti Outra, com informações de G1
Fotos: Arquivo Pessoal.
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