Por Adriana Abraham
Queria tanto poder escrever sobre o amor com a desenvoltura de alguns escritores. Como se fosse a atividade mais corriqueira a ser realizada. Acordar cedo num domingo preguiçoso, logo após abrir o computador pensando em desafiar a inspiração e pronto: surgiria um novo texto. Não aconteceu. Pensei então num motivo plausível para não se deixar arrebatar por um tema tão importante. Olhei para minha estante e vi um livro com o título sugestivo de “Como abrir o coração”.
Nesse livro, Chagdud Tulku descreve um coração aberto como aquele que possui a capacidade de sentir compaixão por todos os seres. Todos nós possuímos essa capacidade, isso é fato. A questão é quando nos deparamos com o amor nos relacionamentos íntimos. Se a motivação desse amor for o egoísmo, isso significa que amamos com o coração fechado? Exemplo clássico desse dilema seria:
– Eu amo até determinado ponto. Se ficar muito difícil eu arrumo outro parceiro que se acomode aos meus desejos.
Essa questão fica ainda mais arenosa quando nos deparamos com um relacionamento que terminou de forma dolorosa. Uma mentira ou traição desfazendo a confiança depositada na relação.
Paulo Mendes Campos escreveu um livro intitulado “O amor acaba”. Considerando o título apenas em seu aspecto literal, poderíamos afirmar que se o amor realmente acabasse seria um alívio para os românticos de todo gênero. O término de uma relação amorosa ocasionaria a dissolução imediata dos sentimentos originados durante a constância da relação. Seria tão estéril como o encerramento de uma conta bancária.
Seria ótimo também se a teoria de Darwin se aplicasse ao amor. Só os melhores sentimentos sobreviveriam às intempéries cotidianas, como crises financeiras, problemas de saúde, de ordem emocional etc. O que fosse frágil se dissolveria, retornando ao emaranhado de energia que circula pelo planeta.
Infelizmente isso não funciona dessa forma. A verdade é que o relacionamento acaba e o amor fica. O que fazer então nessa situação que por vezes vem acompanhada de sentimentos negativos?
É certo que a meditação vem sendo amplamente utilizada como uma poderosa ferramenta de transformação pessoal. Por que então não aproveitar os benefícios dessa prática após uma separação que tenha gerado sofrimento?
Chagdud Tulku ensina uma meditação chamada contemplação do sofrimento, onde somos convidados a refletir intensamente sobre as causas de nosso sofrimento sob ângulos diferentes, considerando as nossas experiências de vida. Após essa reflexão, devemos deixar a mente descansar e permitir aflorar a compaixão por todos os seres que sofrem.
Qualquer uma, dentre as técnicas de meditação atualmente disponíveis, seria válida. O importante seria transmutar o amor em compaixão pelo parceiro. Um verdadeiro desafio ao nosso ego.
Assim, que nunca nos falte inspiração para o amor. E se por acaso essa faltar, que inspiremos amor e exalemos compaixão até ela voltar.
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