Pamela Camocardi

Inteligência emocional é saber diferenciar desinteresse de falta de tempo

A ligação cai na caixa postal o dia todo, os encontros são desmarcados com frequência e as desculpas são mais criativas que roteiro de filme de ação, mas você, romântico que só, acredita que essas atitudes são normais e tudo não passa de uma grande “falta de tempo”.

Longe de generalizar as relações, alguns relacionamentos não são mais os mesmos. O que antes era simples, tornou-se um jogo de egos e de conquistas momentâneas. As relações estão vazias e descartáveis e o pouco sentimento que resta serve para preencher o “buraco” da solidão que fica em ambos.

A carência afetiva tem tomada proporções gigantescas nessa geração. São tantos artifícios para “não ficar sozinho” que qualquer tipo de relação serve, mesmo que isso signifique ser infeliz, traído ou abusado emocionalmente.

Nessa ânsia por viver um “grande amor”, a sinceridade e a objetividade estão em segundo plano e o desinteresse alheio camuflado pela insegurança e pelas desculpas mais criativas possíveis.

“Ah ele tem uma péssima memória para números” ou “ela não tem o hábito de olhar o celular com frequência” são as mais clássicas.
Curioso é que, quando algo nos interessa de verdade, não esquecemos dela com freqüência. Você não esquece de ser pontual no trabalho, não esquece de passar na loja que ama, não esquece o jogo de futebol de domingo. Mas, como é mais fácil justificar do que enxergar o óbvio, fazemos.

Sejamos realistas: passou da hora de acordar!

Desculpa a minha sinceridade assim, logo de cara, mas precisamos entender que nem todo fora precisa ser explícito e nem todo desinteresse precisa ser verbalizado. Seria ótimo se as pessoas fossem sinceras e claras, mas a verdade é que o medo de magoar ou de se arrepender faz as pessoas “sumirem” para manterem uma relação social aceitável.

Precisamos entender que nem toda relação foi feita para durar e que inteligência emocional é adquirida nos foras mesmo.

Tem gente que vem com data marcada para ir embora. Que causa um turbilhão de sentimentos, calafrios e desejos, mas que vai embora na mesma rapidez que chegou.

Tem gente que vem com uma lição impregnada na alma. Que nos ensina a sermos melhores, menos egoístas e nos provam que amar só é possível quando se tem paz.

Tem gente que vem para ficar! E fica mesmo, faz pouso. É aquele amor que traz paz, mas dá frio na barriga. É aquele que não é perfeito, mas faz um esforço danado para ser. É aquele amor de atitude, de projetos realizáveis, de rotina com doses de bom humor. A grande sacada da vida está em saber diferenciar os romances reais das paixões ilusórias.

Pamela Camocardi

A literatura vista por vários ângulos e apresentada de forma bem diferente.

Recent Posts

Nova série de suspense da Netflix tem 6 episódios viciantes e um desfecho surpreendente

Você não vai querer sair da frente da TV após dar o play nesta nova…

2 horas ago

Somente 3% das pessoas é capaz de encontrar o número 257 na imagem em 10 segundos

Será que você consegue identificar o número 257 em uma sequência aparentemente interminável de dígitos…

3 horas ago

Com Julia Roberts, o filme mais charmoso da Netflix redefine o que é amar

Se você é fã de comédias românticas que fogem do óbvio, “O Casamento do Meu…

15 horas ago

O comovente documentário da Netflix que te fará enxergar os jogos de videogame de outra forma

Uma história impactante e profundamente emocionante que tem feito muitas pessoas reavaliarem os prórios conceitos.

1 dia ago

Nova comédia romântica natalina da Netflix conquista o público e chega ao TOP 1

Um filme charmoso e devertido para te fazer relaxar no sofá e esquecer dos problemas.

1 dia ago

Marcelo Rubens Paiva fala sobre Fernanda Torres no Oscar: “Se ganhar, será um milagre”

O escritor Marcelo Rubens Paiva, autor do livro que inspirou o filme Ainda Estou Aqui,…

2 dias ago