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Não vale a pena, não compensa, nem recompensa.
Nem mesmo para impressionar, garantir um lugar, um placar, uma esperança.
Concordar para agradar é perder todo e qualquer poder de decisão, é entregar-se ao que favorece ao outro, evitar a contrariedade alheia, ainda que passando por cima de si mesmo.
Quem merece afinal essa concordância absolutas? Companheiros, filhos, amigos, chefes, ídolos, mitos, deuses e forças sobrenaturais?
A quem se dedica a morte de uma escolha própria?
De quem se cobra o preço de uma obediência cega?
Concordar é consentir. Consentimento carrega enorme responsabilidade.
Se alguém te chantageia para obter concordância, saiba que, ao concordar pela primeira vez, se iniciará um processo sem fim, dominador, tirano.
Se alguém te suplica concordância e sinaliza que talvez o afeto diminua em caso de negativa, esteja ciente de que a moeda de troca já está há muito desvalorizada.
Se alguém faz manha e manobras para arrancar a sua concordância, enxergue nessa atitude todo o egoísmo que ela carrega, e não espere um retorno na mesma medida, porque não acontecerá. Eduque, se possível, discordando.
Quem não aceita uma opinião contrária, uma negativa legítima e argumentada, um outro ponto de vista, jamais libertará quem, um dia, concordou somente para não decepcionar.
Pratique o posicionamento natural, o enquadramento de suas preferências em qualquer contexto que seja. Desde a negativa necessária à criança pequena que faz birra para conseguir o que quer, até mesmo às relações de amizade e intimidade.
Citando a velha e verdadeira frase: Um negócio só é bom quando é para ambas as partes. Esse é o caso em que todos concordam e todos ganham. Fora disso, só resta a tirania e a covardia.
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