Por Gabriela Gasparin
Aos 26 anos, a jornalista mineira Kívia Mendonça Costa resolveu deixar o emprego que tinha em um banco em São Paulo, pegar suas economias e transformar seu sonho em realidade: dar a volta ao mundo.
A partida foi em maio de 2013. Em 13 meses, ela visitou 38 países, na maioria das vezes de carona. Disse que reservou o equivalente a R$ 1,5 mil por mês para gastar durante a jornada. “Eu tinha como meta gastar 20 dólares por dia. Às vezes gastava mais, às vezes menos, mas ficava nessa média. Isso não inclui passagens aéreas, seguro de saúde e reserva para emergências”, contou.
Eu conheci a história dela por meio de uma reportagem que uma amiga minha fez sobre a viagem de Kívia para o G1 (leia aqui). Como é começo de ano, quando costumamos repensar a vida que levamos, eu imaginei que a experiência de Kívia poderia servir como inspiração para muitos de nós. Então a procurei e ela topou dar uma entrevista para o meu blog, o www.vidaria.com.br.
Enviei as perguntas um pouco antes do Natal de 2014, quando Kívia estava na Grécia passando um tempo com o namorado grego que conheceu durante sua volta ao mundo – a jornada terminou em junho de 2014, mas ela voltou a viajar por aí. Ao todo, já conhecia aproximadamente 60 países.
Perguntei à viajante se foi difícil se desprender da vida e rotina que levava antes da viagem. Pela sua resposta, percebi que nem um pouco. “Sou uma pessoa desprendida, não rolou nenhum drama de partida. Também não tinha muito o que deixar para trás. Não tinha carro, apê, móveis… Nem colchão!”
Ela comentou que as pessoas gostam de usar o termo “largar tudo”, mas que, para ela, não foi isso: “Foi uma continuação de quem sou, uma aprendiz. A volta ao mundo sempre foi um sonho e, no fim das contas, virou realidade.”
E para o começo deste ano, depois de conhecer tantos países mundo afora, a jornalista ainda pretendia viajar de carona pelo Nordeste do Brasil, em busca de novas histórias.
Aos que quiserem acompanhar sua saga, Kívia divide as experiências que vive no blog Kiviagem (leia aqui) – até o nome dela termina onde começa a viagem. “Pretendo dar contornos mais antropológicos do que turísticos ao projeto. É o que pretendo fazer nesta próxima etapa do Kiviagem”, afirmou.
A jornalista reforça bastante que não viaja apenas pelo turismo. É por isso que gosta de pegar caronas, conhecer outras realidades e conversar com diferentes pessoas.
Revelou que não tem medo de viajar com desconhecidos. “Eu sempre peguei carona, desde criança, com a minha mãe. Também já tinha pegado várias caronas na Europa (morei um ano na Alemanha e três meses na Itália), então não teve muita novidade, a parte as particularidades culturais de cada lugar. Gosto de pegar carona para ouvir histórias, interagir com os locais.”
Tudo em uma sacola de supermercado
Para a volta ao mundo, Kívia, aliás, sequer fez as malas. Ela deixou o Brasil com poucas coisas dentro de uma sacola de supermercado. Durante a viagem foi comprando o que precisava.
Contou que, quando saiu, tinha uma lista de países que queria visitar e data para voltar, mas não sabia o que fazer em cada lugar, nem qual cidade visitar. No Kiviagem há uma longa lista com os países que conheceu e textos que fez sobre os destinos em todos os continentes. Há desde destinos da América do Sul, como Argentina, Equador e Chile, a lugares mais exóticos, como Albânia, Camboja, Honduras, Laos e Índia. Até para a Palestina ela foi.
Perrengues
É claro que Kívia passou por alguns contratempos durante a viagem, afinal, faz parte, né? Entre eles estão ser roubada, ficar doente, dores na coluna e até uma cirurgia de última hora (por suspeita de apendicite, que não se confirmou). Contudo, afirma que encarou todos os “perrengues” como aprendizado.
“Hoje, quando olho para o mapa que percorri, não penso no que gostei ou no que não gostei. Todas as experiências me ensinaram e sou grata a cada uma delas.”
Sentido da vida
E na sua resposta sobre o sentido da vida, Kívia deixou bem claro que realmente viajar é o que mais importa para ela: “A vida é uma viagem com data para acabar”, afirmou. “Um estágio, em que tentamos aprender e ajudar os outros a aprender. Muito mais do que isso, não dá tempo de fazer.”
Ao final das respostas, a jornalista mandou um texto inspirador de seu blog sobre as pessoas que a procuram pedindo dicas para viajar (leia aqui). Disse que não tem como fazer uma lista com “cinco coisas que você tem que ser para viajar”. E afirma: “Você tem que ser você, oras. E talvez esteja em uma rotina massacrante, porque não se conhece ou não se assume.”
Com relação à questão financeira, ela afirma que hoje em dia presta alguns serviços como freelancer na área de tradução e jornalismo. “Ganho pouco, mas depois que percebi que quando você está em movimento precisa de muito pouco para viver, não esquento muito a cabeça com dinheiro. Também, as pessoas estão mais dispostas a ajudar do que a gente imagina e eu sou expert em controle de gastos”.
Hoje, o que tira seu sono não é como ganhar dinheiro para pagar as contas, que são mínimas, afirmou, “mas como fazer alguma coisa para distribuir melhor toda essa renda que há no Brasil e no mundo, de modo que ninguém precise se comportar como um escravo só para sobreviver.”
Vidaria é um projeto parceiro CONTI outra.
Se você já presenciou um casal adulto conversando em tons infantis, com vozes suaves e…
Você não vai querer sair da frente da TV após dar o play nesta nova…
Será que você consegue identificar o número 257 em uma sequência aparentemente interminável de dígitos…
Se você é fã de comédias românticas que fogem do óbvio, “O Casamento do Meu…
Uma história impactante e profundamente emocionante que tem feito muitas pessoas reavaliarem os prórios conceitos.
Um filme charmoso e devertido para te fazer relaxar no sofá e esquecer dos problemas.