Ilustração da capa: Thithi Johnson
Recentemente eu tive um namorado do tipo explorador. Quando chegava a hora de pagar as contas, em 70% das vezes, ele ficava em silêncio e não ajudava. Ele passava todos os finais de semana na minha casa e não ajudava. Não falava nada. Simplesmente calava e me deixava arcar com quase tudo. E isso me machucava. No dia em que eu perdi a cabeça e cobrei uma postura mais participativa dele, ele terminou comigo de forma radical e violenta. Me bloqueou no telefone e em todas as redes sociais. Demonstrou profundo ódio e desprezo. Ele me acusou de outras coisas e nunca mais trocou uma única palavra comigo. No começo eu não entendi nada, fiquei arrasada, mas aos poucos compreendi que o ódio que ele sentia de mim vinha do fato de ter sido desmascarado. Ele se acha uma pessoa boa. Ele se vende como uma pessoa boa. Ele frequenta grupos de pessoas honradas. Seus amigos acham que ele é bom. Até eu achava que ele era bom, mas, na verdade, sua humanidade não passa de encenação para conseguir conveniências. Quando eu tive coragem de tirá-lo de sua zona de conforto, ele me descartou sem nenhuma consideração. Quantas outras pessoas possuem relatos como esse?
Lorenna Mesquina, em seu livro Leite Seco, conta a história de Ella, uma mulher que ao longo da vida passa por diversos relacionamentos. Alguns são saudáveis, outros tóxicos e abusivos. Ella é como nós! E a sua humanidade como personagem não a torna ideal em nada. Ela não é a vítima perfeita como a sociedade gosta de imaginar. Ela é apenas humana. Em deterninada altura, entretanto, ela também é envolta em uma rede de abusos psicológicos e financeiros. Ella pensa estar apaixonada, idealiza e se torna mãe de um filho de um homem cruel que por ela sente apenas desprezo. Mas nem tudo é visível até que realmente passa a ser.
A história de Ella é excelente porque seu enredo não pertence apenas a personagem. Ella certamente fala de mim. Ella fala de você. Ella tem um pouco de toda mulher inserida nessa cultura patriarcal que coloca o homem algoz em posição privilegiada, que sempre permite que, por mais atroz que seja seu ato, ele saia da relação com um discurso de mocinho injustiçado.
Leite Seco, de Lorenna Mesquita, perturba por ser, de certa forma, a história de todos nós. Mas essa história não precisa mais ser nossa. E, talvez, por isso, perturbe tanto.
O livro está disponível para venda desde o dia 01/08/21, nos formatos impresso, ebook e audiobook no site da editora Srta.Lô e em plataformas de e-commerce.
CÓDIGO PARA CUPOM FRETE GRÁTIS LEITORES CONTIOUTRA: CONTIVIP (válido no site da editora)
VOCÊ COMPRA E AJUDA!
Durante todo o mês de Agosto/21, mês de consciênctização para o fim da violência contra a mulher, a cada livro vendido do Leite Seco, no formato impresso, a editora Srta.Lô vai doar 1 exemplar para entidades ligadas ao combate à violência contra a mulher. Ou seja, se forem 100 livros vendidos, então serão 100 livros doados!
MAIS SOBRE O LIVRO- SINOPSE OFICIAL
Leite Seco é o primeiro romance da escritora Lorenna Mesquita, que apresenta o relato da personagem Ella, uma mulher que sofreu agressões psicológicas do parceiro a ponto de ver o seu leite secar nos primeiros dias de nascimento do seu filho. Enquanto conta sua história, Ella relemba de outros relacionamentos: o primeiro amor, a paixão avassaladora, o universo sexual desconhecido. O enredo é ficcional, baseado em situações reais.
A violência psicológica é muito difícil de ser identificada, por ser silenciosa. E causa um transtorno tão grande que a vítima sente-se culpada pelo próprio sofrimento.
Segundo relatórios da Organização Mundial da Saúde, mulheres que sofrem agressões psicológicas pelo marido ou namorado têm maiores chances de desenvolver transtorno alimentar, ansiedade, depressão, baixa autoestima, comportamento sexual inseguro e outros problemas de saúde.
Homens que agridem psicologicamente suas parceiras têm algumas características em comum. Ao contrário do que se imagina, eles são aparentemente tímidos, retraídos e inseguros; têm dificuldade para sentir prazer sexual; consomem álcool ou drogas com frequência e possuem algum histórico de violência doméstica na família. Podem ser bem-sucedidos no trabalho, mas são inseguros na intimidade e usam a relação afetiva ou sexual como forma de afirmação.
A agressão psicológica causa um dano tão grande à vítima que esta não consegue identificar tão facilmente que é alvo de violência. Na maioria das vezes, considera-se culpada pelo próprio sofrimento.
Lorenna Mesquita
O romance Leite Seco foi escrito graças aos recursos da Lei Aldir Blanc, verba federal repassada aos estados e municípios brasileiros, como apoio aos artistas durante a pandemia da COVID-19.
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