Lições de mortalidade que recebi do meu pai, Carl Sagan*
”Um dia, quando eu ainda era muito jovem, eu perguntei ao meu pai sobre seus pais. Eu conheci meus avós maternos, mas eu queria saber por que eu nunca tinha conhecido os pais de Carl.
“Porque eles morreram”, disse melancolicamente.
“Será que você vai vê-los novamente”, eu perguntei.
Ele considerou sua resposta cuidadosamente. Finalmente, ele disse que não havia nada que ele gostaria mais no mundo do que ver sua mãe e seu pai de novo, mas que ele não tinha razão e nem evidência para apoiar a ideia de uma vida após a morte, por isso ele não poderia cair em tentação.
“Por quê?”, eu perguntei novamente.
Então ele me disse, com muita ternura, que pode ser perigoso acreditar nas coisas só porque você quer que elas sejam verdadeiras. Você pode ser enganado se não perguntar a si mesmo e aos outros, especialmente á pessoas em uma posição de autoridade. Ele me disse que tudo o que é verdadeiramente real pode resistir a uma análise.
Esta foi a primeira vez que comecei a entender o significado da morte. Então, eu enfrentei uma espécie de ”mini-crise” existencial, mas meus pais me confortaram sem se desviar de sua visão científica do mundo.
“Você está viva neste exato segundo. Isso é uma coisa incrível”, disseram-me.
”Quando você considera o número quase infinito de bifurcações que levam a uma única pessoa a nascer, deve ser grato pelo o que você é, neste exato segundo. Pense no enorme número de potenciais universos alternativos, onde, por exemplo, seus bisavós nunca se encontraram e você nunca veio a existir. Além disso, você tem o prazer de viver em um planeta onde evoluímos para respirar o ar, beber a água, e amar o calor da estrela mais próxima (Sol).
Você está conectado com as gerações através do DNA e, ainda mais distante, com o universo, porque cada célula do seu corpo foi cozido no coração das estrelas. Nós somos poeiras das estrelas’‘, disse meu pai sua famosa frase, e ele me fez sentir desse jeito.”
Sasha Sagan
Fonte: Richard Dawkins
Quem foi Carl Sagan?
Carl Edward Sagan foi um cientista, astrobiólogo, astrônomo, astrofísico, cosmólogo, escritor e divulgador científico norte-americano . Sagan é autor de mais de 600 publicações científicas , e também autor de mais de 20 livros de ciência e ficção científica. Foi durante a vida um grande defensor do ceticismo e do uso do método científico, promoveu a busca por inteligência extraterrestre através do projeto SETI e instituiu o envio de mensagens a bordo de sondas espaciais, destinados a informar possíveis civilizações extraterrestres sobre a existência humana. Mediante suas observações da atmosfera de Vênus, foi um dos primeiros cientistas a estudar o efeito estufa em escala planetária. Também fundou a organização não-governamental Sociedade Planetária e foi pioneiro no ramo da ciência exobiologia.
Sagan passou grande parte da carreira como professor da Universidade Cornell, onde foi diretor do laboratório de estudos planetários. Em 1960 obteve o título de doutor pela Universidade de Chicago.
Sagan é conhecido por seus livros de divulgação científica e pela premiada série televisiva de 1980 Cosmos: Uma Viagem Pessoal, que ele mesmo narrou e co-escreveu4 . O livro Cosmos foi publicado para complementar a série. Sagan escreveu o romance Contato, que serviu de base para um filme homônimo de 1997. Em 1978, ganhou o prêmio Pulitzer de literatura geral de não-ficção pelo seu livro Os dragões do Éden. Morreu aos 62 anos, de pneumonia, depois de uma batalha de dois anos com uma rara e grave doença na medula óssea (mielodisplasia).
Ao longo de sua vida, Sagan recebeu numerosos prêmios e condecorações pelo seu trabalho de divulgação científica. Sagan é considerado um dos divulgadores científicos mais carismáticos e influentes da história, graças a sua capacidade de transmitir as ideias científicas e os aspectos culturais ao público não especializado. (Wikipédia)
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