Em 1994, a novela “A Viagem” deixou sua marca na teledramaturgia brasileira e na trajetórias dos atores que compunham o seu cast. Em entrevista à revista Quem, a atriz Lucinha Lins revelou que ocorreram eventos sobrenaturais nos bastidores da produção.
“Mexemos com uma energia muito forte nesta novela, que era sentida nos bastidores. Tem atores que entraram céticos e saíram dizendo que tinha alguma coisa que precisava ser estudada ali. Volta ou outra, havia uma sensibilidade em todos nós de uma energia pesada ou muito alegre e positiva.”, contou a atriz.
Lucinha relatou ainda que uma borboleta amarela surgiu num estúdio fechado, do nada, bem na cena da cremação de Alexandre (Guilherme Fontes).
A sequência era especialmente difícil para os atores porque lembrava o velório do filho de Christiane Torloni, Guilherme (1979-1991), que faleceu em um acidente de carro três anos antes das gravações de “A Viagem”. Diná, a personagem de Torloni, tinha que chorar sobre o corpo de Alexandre.
“A borboleta posou na ponta do caixão, na frente da Christiane. Tivemos que parar a cena. Ela rondou a Christiane várias vezes e pousou nela, que teve uma crise de choro atrás do cenário. Todos chorávamos pela cena em si, pelo que o nosso coração estava sentindo pelo que a Christiane estava vivendo. Essa borboleta foi de uma delicadeza. Foi um alento para todos nós”, recordou Lucinha Lins.
Lucinha interpretava Estela, irmã de Diná na novela. As duas tinham uma forte conexão na trama –uma podia sentir a presença da outra, os gestos da outra, mesmo após o falecimento da protagonista. E essa conexão passou da ficção para a vida real ao longo das gravações. Uma das cenas impactou Lucinha.
“Era uma cena de meia página (do roteiro). Quando entrei, a Chris saiu do sofá, escorregou e se sentou no chão. Até aí tudo bem. Começamos a cena com as falas normais, mas do nada desenvolvemos um diálogo que não estava escrito. Uma cena de meia página se transformou em uma página e meia”, começou a atriz.
“Conversamos pertinente à cena, mas um texto que não estava escrito, e fechamos tomando chá, como previsto. Veio uma voz da direção: ‘Posso cortar?’. Olhamos uma para a outra sem entender nada. Fizemos uma cena que não sabíamos que tínhamos feito.”
Essa ligação acabou se tornando um grande desafio para as duas atrizes. Elas precisavam demonstrar comunicação por telepatia nas gravações. “Tivemos cenas dificílimas de serem feitas porque tínhamos que nos perceber. Alguém lia o texto, já que nós não falávamos nestas cenas. A nossa interpretação era toda facial e física. A gente mostrava para a câmera que estávamos conversando mentalmente. Isso era muito difícil de fazer”, relembrou. Cristiane e Lucinha acabaram se tornando amigas na vida real. De acordo com Lucinha, sempre que ela e a colega se encontram, dançam abraçadas pelos salões.
A atriz ainda disse ter sido sondada para partciipar de um filme sobre os 30 anos desta versão A Viagem. “Seria utilizando atores que fizeram parte da novela. Mostrar o que aconteceu com essas pessoas, trazendo uma turma nova para uma ideia. Topo fazer parte disso, já dei o meu ok. Vai ser muito emocionante. Acredito que vai ter fila na porta e vai ser uma das maiores bilheterias deste país”, apostou.
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Redação Conti Outra, com informações do Notícias da TV e da Quem.
Foto destacada: Reprodução.