Tiane Gleason é uma mãe brasileira que vive nos Estados Unidos, em Los Angeles, na Califórnia e compartilha sua vida de imigrante e mãe de primeira viagem em suas redes sociais. Ela também fala sobre ser uma mulher negra com uma filha branca e dá dicas de como se mudar para o exterior.
“Aqui nos Estados Unidos o racismo é mais escancarado, e é encarado como liberdade de expressão. Eles acreditam que você está tendo liberdade de expressão ao falar algo assim. O Bryan [marido dela] nunca tinha visto o racismo de perto até casar comigo”, destaca.
Em um depoimento ao UOL, Tiane contou que quando postou registros com sua filha, passou a sofrer muitos ataques virtuais de cunho racista. Ela chegou a receber comentários afirmando que ela seria “demitida por expor um bebê que não era dela”.
“Queríamos engravidar e fizemos várias tentativas por dois anos. Eu tenho fibromas, e, por isso, seria mais difícil ter um bebê, mas não sabia que seria tanto. Não foi um momento fácil. Começamos um tratamento, entramos para a fila da adoção e logo depois descobri que estava grávida. Vivo um casamento inter-racial, isso é bem diferente”, contou a brasileira.
Tiane também contou sobre como lida com o preconceito das pessoas, tanto na internet quanto no dia a dia. Ela destaca que aprendeu com sua mãe como encarar essas situações, que, infelizmente, “sempre ocorrerão em qualquer parte do mundo”.
“Meu marido é branco, judeu, e já chegamos a ouvir que ele não deveria ficar comigo porque sou negra. Uma vez um homem quase bateu nele na rua, dizendo que ele não deveria estar casado comigo. Quando engravidei, chegamos a conversar sobre como iríamos orientar nossos filhos, imaginando que seriam negros. Se fosse uma menina, iríamos explicar a questão do cabelo crespo. Já se fosse menino, iríamos ensinar a sair do carro, se algum policial o parasse”, relata.
Indo contra todas as expectativas do casal, a filha deles nasceu “muito branca”, como a própria Tiane descreve. Mas outros empecilhos começaram a aparecer. Toda vez que ela sai na rua com a bebê e outra pessoa, como a cunhada, por exemplo, nunca se dirigem a ela para perguntar sobre a garota.
Agora, a mãe utiliza suas redes sociais para contar sua história e explicar às diversas pessoas que perguntam sobre a diferença física entre ela e sua pequena.
“Oi, gente. Só para esclarecer: essa pequenininha aqui é a minha filha, tá? Só porque eu sou preta e ela é branca não significa que ela não saiu de mim. Ela é minha filhota. É que meu marido é muito branco. Muita gente pergunta se eu sou babá. Eu já fui babá. Agora eu não sou mais. Agora só cuido da minha filhota, que é a minha princesa”, contou em uma publicação.
Com informações de Extra
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