Kathleen Folbigg, considerada uma das piores serial killers da Austrália, foi libertada da prisão após cumprir duas décadas por tirar a vida de seus quatro filhos. Aos 55 anos de idade, ela foi presa em 2003, embora não houvesse provas físicas que a incriminassem, Kathleen foi a pessoa a encontrar os corpos em todos os casos.
Nesta segunda-feira (05), o procurador-geral de Nova Gales do Sul, Michael Daley, anunciou a libertação de Folbigg com base nas conclusões preliminares de um inquérito que revelou “dúvidas razoáveis” sobre sua culpa nos quatro crimes.
Em uma coletiva de imprensa, Daley informou que recomendou ao governador o perdão incondicional, que foi concedido, resultando na imediata libertação de Kathleen do Centro Correcional de Clarence.
“Esta provação foi extremamente difícil para todas as partes envolvidas, e espero que nossa ação de hoje possa finalmente encerrar esse assunto após duas décadas”, declarou Daley, que também mencionou ter comunicado sua decisão ao pai das crianças, Craig Folbigg. O procurador-geral ressaltou que seria um dia doloroso para ele.
Durante o julgamento original, o júri baseou sua decisão no argumento de que as chances de quatro bebês de uma mesma família morrerem de causas naturais antes dos dois anos de idade eram tão remotas que poderiam ser comparadas a “porcos voando”. Também foram considerados trechos do diário de Kathleen, que à época foram interpretados isoladamente como confissões.
Em 2019, um inquérito concluiu que não havia dúvidas razoáveis de que Kathleen era culpada pelos crimes. No entanto, no ano passado, o caso foi reavaliado a partir da indicação de cientistas, que sugeriram a possibilidade de as mortes terem sido causadas por uma rara mutação genética.
Um estudo conduzido por uma equipe internacional de 27 cientistas e publicado na revista especializada da Associação Europeia de Cardiologia encontrou uma correlação entre uma mutação genética presente em Sarah e Laura e um maior risco de falecimento súbito cardíaco. Além disso, as crianças carregavam variantes raras de um gene que, segundo estudos anteriores, pode levar a ataques epiléticos fatais em ratos.
Ao apresentar suas alegações finais, a advogada Sophie Callan, principal defensora no inquérito, afirmou que “todas as evidências levantadas até o momento geram dúvidas razoáveis sobre a culpa da Sra. Folbigg”. O Ministério Público de Nova Gales do Sul também demonstrou estar aberto à possibilidade de o inquérito concluir que há dúvidas razoáveis sobre o caso.
Com informações de O Globo
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